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Jean-Jacques Rousseau – Aula de Sociologia Enem Posted: 25 Sep 2014 07:46 PM PDT Jean-Jacques Rousseau (1712-1778 Iluminismo) Nesta aula vamos trabalhar apenas um pensador: Rousseau. Este pensador apresenta um marco na filosofia política. Produziu muitas obras, dentre elas, duas em especial aqui nos interessam, são elas: "Do contrato social" e "Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens". Apesar disso, Rousseau também é conhecido como um dos três filósofos contratualistas, os outros dois, nós já estudamos: Thomas Hobbes e John Locke. Porém, como optamos em estudar cronologicamente os filósofos, acabamos não fazendo esta exposição, assim esclarecemos a você estudante, que esta é também uma forma clássica de se apresentar estes pensadores. Estes filósofos são chamados de contratualistas porque, em suas teorias, ambos fazem observações minuciosas quanto ao estado de natureza e o surgimento de um pacto social, contrato social entre os homens para a formação de um Estado soberano e um governo legítimo. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens Em sua obra "Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens", Rousseau faz uma análise hipotética sobre o desenvolvimento da humanidade. Nesta obra ele, hipoteticamente, busca mostrar as desigualdades que a sociedade produziu, distanciando-se do estado de natureza inicial. Dica 1 – Estude sobre Escola, Religião e Família em mais esta aula de revisão para Sociologia Enem. O Exame Nacional do Ensino Médio está chegando! – http://blogdoenem.com.br/escola-religiao-e-familia-sociologia-enem/A sociedade, tal como a conhecemos hoje e na época de Rousseuau, entendia ele, teria pervertido o homem que nascera no estado de natureza. O homem em seu estado de natureza era compreendido por Rousseau como um ser bom e amável, desprovido de ciúmes, egoísmos, possessividade e cobiça. O homem natural também é provido de livre-arbítrio e da noção de perfeição. Esta noção de perfeição teria ocorrido quando a humanidade atingiu o estado de "perfectibilidade" ou a "idade de ouro". Neste momento, acreditava Rousseau, o homem deveria ter parado de "evoluir". Neste momento, o homem teria saído do estado primitivo e estaria no meio do caminho entre este e a civilização moderna. Rousseau assim diferencia o homem natural, do estado de perfectibilidade, do homem primitivo que, para ele, se comporta como um animal: Estado primitivo: o homem não possui consciência racional e seu estado de evolução seria igual ao dos animais; Estado de natureza: o homem possui consciência e inteligência, diferenciando-se dos animais. A diferenciação entre o homem natural e o animal se dá por três categorias, são elas: primeiro, há no homem a capacidade de preocupação com situações que, por ventura, possam vir a afligi-lo, como: enfermidades, desastres, velhice, etc., algo que os animais não fazem. Segundo, o homem possui razão, os animais instinto. Só a razão proporciona liberdade, pois só o homem é capaz de escolher algo que realmente queira fazer, enquanto o animal o faz por instinto. O melhor exemplo aqui é pensar na montaria de um cavalo. O cavalo não escolhe ser montado, é adestrado a servir o cavaleiro, enquanto o homem escolhe se irá montar ou não; terceiro, o homem tem a capacidade do aperfeiçoamento, ou seja, evolui. Há, no homem natural, a capacidade de se manter em equilíbrio com a natureza quanto às questões de alimentação, da reprodução e da morte, não temendo esta última. Como em todos os seres da natureza que são ameaçados e possuem a capacidade de se defenderem, os homens naturais também o fazem, podendo ser agressivos nesta situação. Infelizmente, para Rousseau, a tendência natural da humanidade é o seu desenvolvimento, dos hábitos e costumes levando a humanidade a mudar. Esta mudança acreditava Rousseau era ruim porque não garantia à humanidade a possibilidade da felicidade ou da igualdade. Rousseau não quer, com isso, incentivar a sociedade ao retorno à vida primitiva, pelo contrário, busca provocar a sociedade civilizada à reflexão de que haveria uma humanidade no homem natural que é, por vezes, maior do que no homem moderno e no homem primitivo. Assim não haveria como regenerar o homem moderno, pois a humanidade não retrocede, apenas avança. No estado de natureza, na perfectibilidade, por exemplo, há igualdade. Os homens não se diferenciam entre si. Não há um melhor do que o outro, todos vivem em conjunto para a melhoria coletiva. Neste ponto, o homem não é malicioso, não tem orgulho. Pensemos assim. Imagine um grupo de homens. Todos caçadores. Dois são arqueiros. Se todos saem para caçar, o mais importante é o trabalho em grupo e o objetivo comum e abater a caça. Mas, após o estado de perfecbilidade, o homem começa a produzir o orgulho, a cobiça e a inveja. Agora, neste processo de evolução, os homens começam a se comparar: o melhor arqueiro, o homem que trouxe a maior caça. Isso, para Rousseau, desperta a individualidade, a inveja e a cobiça. Porém, Rousseau entende que o homem, ao evoluir para além do estado natural, adquire novas capacidades na civilidade, pois é capaz agora de tratar o seu intelecto e pela racionalidade consegue elevar a alma e enobrecer os seus sentimentos. Este filósofo, portanto, não é contra a evolução da humanidade e dos valores naturais aos seres humanos, mas é sim contra a degeneração provocada pelos abusos da propriedade que o homem egoisticamente confere a si mesmo sobre os produtos criados pela sociedade, como a mentira e a ostentação, que visam uma única coisa: a satisfação das consciências e dos egos detentores da propriedade e do poder social. Por isso Rousseau é contra todos os tipos de modismos criados pela sociedade. Admira as Artes e a ciência, mas aconselha que estas não se percam entre os modismos, pois o modismo fere a possibilidade do surgimento de espíritos livres, neste sentido a liberdade do ser e do pensar. Do contrato social É na sua obra "Do contrato social" que esta perspectiva da liberdade se aflora. Para Rousseau, todos os homens nasceriam livres. A liberdade pressupõe direitos e deveres ao mesmo tempo. A liberdade é, portanto, inata ao homem, não devendo este abrir mão dela, pois, se assim o fizer, o mesmo perderá a sua qualidade de ser humano. Este ponto de vista é a sua grande diferença entre os demais pensadores. As bases que esta perspectiva libertaria encontram-se no Renascimento com autores como Locke e Espinoza e pelas teorias do direito natural. Devemos prestar muito atenção quanto à questão da liberdade, pois ela está intimamente ligada à moral humana e principalmente justifica para Rousseau a criação do contrato social. Para Rousseau, a liberdade, por ser natural, é inata ao ser humano. Isto confere à liberdade uma ligação direta à espiritualidade humana, transformando a liberdade humana em uma moral (hábito, costume) que se transforma em uma norma. A liberdade, que é uma moral inata, é percebida pelo homem em sua consciência, portanto, uma consciência moral, e a partir daí se torna naturalmente uma exigência ética da natureza humana. Recusá-la, a liberdade, é recusar a própria condição humana. Dica 2 – Relembre tudo sobre Indivíduo, Sociedade e Socialização nesta aula preparatória para Sociologia Enem. Estude conosco para o Exame Nacional do Ensino Médio! – http://blogdoenem.com.br/individuo-sociedade-socializacao-sociologia-enem/Refletindo deste modo, Rousseau encontrou na liberdade humana algo comum a todos os homens. A consciência moral de um indivíduo, que lhe confere dignidade e personalidade, é entendida por Rousseau como uma consciência coletiva da moral humana, pois todos os homens a possuem. A individualidade humana aqui é entendida como coletiva, pois o homem que se reconhece como ser livre reconhece-se nos demais identificando todos como semelhantes. Quando isso ocorre identificar-se-iam todos os homens em uma única e grande nação, pois cada um percebendo a sua liberdade só poderia desejar que sua individualidade libertária fosse comungada coletivamente com outros homens que reconhecem em si este princípio. Surge assim o contrato social, fruto de uma associação livre, que nasce da vontade racional dos seres humanos que desejam viver sob a tutela de um Estado que garanta a liberdade natural entre seus pares. Como vimos no "Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens", o homem tende a se degenerar, pois este está a mercê das transformações da sociedade, como sistemas de governo que frequentemente alienam e escravizam as pessoas. Para evitar isso, o homem que nasce livre e bom por natureza, ao criar o pacto social, deve buscar a união, mas cada um obedecendo a si mesmo. Devemos lembrar que a liberdade é algo natural e, portanto, inato a todos os seres humanos. Deste modo todos permaneceriam livres. Aqui, como exemplo cabe a famosa máxima: "o que você não quer para você, você não faz para os outros". Evita-se assim a injustiça e a desigualdade. Cabe agora interpretarmos o conceito de "vontade geral". Por vontade geral entende-se o respeito às leis criadas no contrato social que são de interesse de todos que querem preservar a liberdade natural. Ora, se todos os homens unidos como um obedecerem a si mesmos, todos produziriam uma consciência coletiva que, em parte, pode ser considerada alienada. Mas aqui a alienação não é vista com maus olhos, pois se ela não houver, sempre haverá alguém mal intencionado que buscará fazer valer a sua vontade particular ou de um pequeno grupo. Entende-se assim a alienação como uma vontade geral que preserva o coletivo como unidade e não o indivíduo que faz parte de uma coletividade, que não é uma unidade. Afinal, a vontade geral está preservando neste caso o bem comum dos homens, a liberdade. Deve-se atentar que esta alienação da vontade geral é fruto do consentimento de todos, porque é natural a todos e não foi imposta por alguém. Ela é sim o reconhecimento consciente de todos os homens que livremente se uniram em comunidade para assim viverem e respeitarem o seu estado de natureza, a liberdade. Devemos entender que Rousseau vê aqui a grande chance de a humanidade civilizada resguardar o direito da liberdade por meio de leis. A vontade geral, se respeitada, levaria a uma liberdade que distanciaria o homem do vício, da cobiça, da malícia, atingindo assim a virtude. Ao atingir este estágio, a humanidade, fruto da vontade geral consciente, teria em si uma virtude coletiva e que, por virtude, podemos entender como a capacidade do homem de fazer escolhas, neste sentido, escolhas certas. Deste modo, a teoria política de Rousseau prega a democracia e a soberania, pois somente os homens livres aceitariam constituir um Estado por meio de um contrato social que produziria a vontade geral. Cabe ressaltar que o direito político em Rousseau tem importante papel, ao respeitar a democracia e soberania dos indivíduos na vontade geral. As leis são assim o instrumento que irá moldar e formar o cidadão civilizado, sempre lembrando que tais leis não são impostas, mas produzidas pelos homens em sua moral libertária. Saiba mais sobre Jean-Jacques Rousseau nesta aula do canal TVUniABC, disponível no Youtube. Após assistir, revise o que você aprendeu respondendo aos nossos desafios! Desafios Questão 1 IFPE 2009. Há, pelo menos, um ponto em comum entre as teorias contratualistas de Hobbes, Locke e Rousseau indicado numa das alternativas abaixo. Assinale-a. a) O Estado é a melhor maneira de dirimir os conflitos sociais e a democracia consiste na melhor forma de governo porque permite que todos os atores sociais participem do governo. b) Para Rousseau, a democracia é o melhor sistema para grandes países, pois seu sistema representativo permite que os cidadãos tenham contato direto com seus representantes. c) O soberano tem autonomia, segundo Rousseau, para agir à margem da lei, desde que se trate de uma questão importante para a maioria da população. d) O pacto social para Hobbes legitima a liberdade natural e faz com que os homens possam desfrutar ao máximo a liberdade sem serem coagidos por outro indivíduo. e) O medo que rege as ações humanas, segundo Hobbes, no estado de natureza não é extenuado ou elidido na sociedade de contrato. A natureza do homem permanece a mesma. Dica 3 – Relembre sobre os Imperativos de Kant, Ética Discursiva e Bioética nesta aula preparatória para Filosofia Enem – http://blogdoenem.com.br/etica-e-moral-parte-2-filosofia-enem/Questão 2 IFPE 2009. Considerando a constituição da sociedade de contrato, é correto afirmar, sobre as filosofias de Hobbes, Locke e Rousseau, qual das ideias abaixo? a) Os pensamentos de Hobbes e Locke têm como elemento em comum a defesa irrestrita ao direito à propriedade. O contrato seria a celebração desse direito por meio da redistribuição das propriedades. b) A liberdade é tomada por Rousseau como a própria essência do homem, o que torna impossível sua negociação, sob pena de deixarmos de ser humanos. c) Segundo Rousseau, o Estado reúne os indivíduos sob a égide do pacto. Contudo, o pacto é celebrado, no seu início, por meio de uma unanimidade, ou seja, vontade geral. d) Para Locke, a negação do postulado aristotélico de que os homens são naturalmente sociáveis implica a assimilação de um egoísmo nato e, por conseguinte, a necessidade do Estado. e) O direito à propriedade aparece em Locke como epicentro da constituição do Estado e único ponto que explica sua fundação. Questão 3 ASPERHS – 2007 Jean-Jacques Rousseau foi um filósofo suíço, escritor, teórico político e um compositor musical autodidata. Sobre esse filósofo pode-se afirmar que: a) Rousseau foi uma das principais inspirações ideológicas da primeira fase da Revolução Francesa. b) Inspirados nas ideias de Rousseau, os revolucionários defendiam o princípio da soberania burguesa e igualdade de direitos. c) Rousseau é associado frequentemente às ideias capitalistas e considerando um opositor do socialismo e comunismo. d) Seu pensamento político, baseado na ideia da bondade natural do homem, levou-o a criticar em diversas ocasiões a naturalização, a injustiça e a opressão da sociedade contemporânea. e) Rousseau é associado frequentemente às ideias anticapitalistas e considerado um antecessor do socialismo e comunismo. Questão 4 UFU – 2006 A obra mais conhecida de Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social ou os Princípios do Direito Político, marca uma mudança radical na concepção de soberania. Sobre isso, leia o trecho abaixo e assinale a alternativa correta. Essa pessoa pública, que se forma, desse modo, pela união de todas as outras, tomava antigamente o nome de cidade e, hoje, o de república ou de corpo político, (…). Quanto aos associados, recebem eles, coletivamente, o nome de povo e se chamam, em particular, cidadãos, enquanto partícipes da autoridade soberana, e súditos enquanto submetidos às leis do Estado. ROUSSEAU, J. J. Do Contrato Social. Col. Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973. a) O povo é, ao mesmo tempo, cidadão e súdito; o primeiro quando é ativo, o segundo quando é passivo. b) Pelo texto acima, fica claro que, para Rousseau, a autoridade soberana pertence ao Estado e não ao povo. c) O povo obedecerá às leis feitas pelo Governo, pois ao Governo pertence a autoridade soberana. d) Para Rousseau, o corpo político é formado pelos cidadãos, e exclui os súditos. Questão 5 UFU – 2005 A Bondade humana – atributo fundamental do homem no estado de natureza, segundo o pensamento de Rousseau – pode ser entendida como I – obstáculo para melhor convivência do homem em sociedade. II – característica fundadora da liberdade e da felicidade do homem. III – um recurso desejável e vantajoso sobre aqueles que não a possuem. Assinale a alternativa correta. a) Apenas a III é correta. b) Apenas a II é correta. c) Apenas a I é correta. d) Apenas a I e a II são corretas. Anexo Art. 7º. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; III – fundo de garantia do tempo de serviço; IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; XII – salário-família para os seus dependentes; XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943) XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º) XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei; XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXIV – aposentadoria; XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até seis anos de idade em creches e pré-escolas; XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei; XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de quatorze anos, salvo na condição de aprendiz; XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Conceito de trabalho, segundo IBGE. Trabalho – exercício de: a) ocupação remunerada em dinheiro, produtos, mercadorias ou em benefícios, como moradia, alimentação, roupas, etc., na produção de bens e serviços; b) ocupação remunerada em dinheiro ou benefícios, como moradia, alimentação, roupas, etc., no serviço doméstico; c) ocupação sem remuneração na produção de bens e serviços, exercida durante pelo menos uma hora na semana: em ajuda a membro da unidade domiciliar que tem trabalho como empregado na produção de bens primários (atividades da agricultura, silvicultura, pecuária, extração vegetal ou mineral, caça, pesca e piscicultura), conta-própria ou empregador; em ajuda a instituição religiosa, beneficente ou de cooperativismo; ou como aprendiz ou estagiário; d) ocupação exercida durante pelo menos uma hora na semana: na produção de bens do ramo que compreende as atividades da agricultura, silvicultura, pecuária, extração vegetal, pesca e piscicultura, destinados à própria alimentação de pelo menos um membro da unidade domiciliar; ou na construção de edificações, estradas privativas, poços e outras benfeitorias, exceto as obras destinadas unicamente à reforma, para o próprio uso de pelo menos um membro da unidade domiciliar. (PNAD 1992, 1993, 1995, 1996). Este conceito é mais abrangente que o adotado até 1990, na PNAD. Até 1990, o conceito de trabalho não abrangia o trabalho não remunerado exercido durante menos 15 horas na semana nem o trabalho na produção para o próprio consumo e na construção para o próprio uso. Existem diversos tipos de trabalho. No trabalho remunerado, por exemplo, a pessoa recebe dinheiro para desempenhar uma determinada função. E no não remunerado, a pessoa trabalha por livre e espontânea vontade, como os voluntários. Há também as donas de casa que não trabalham fora, não são remuneradas, mas, geralmente, trabalham muito. São elas que cuidam para que a casa esteja sempre limpa, arrumada, para que haja comida, que as roupas estejam lavadas e passadas, entre muitas outras atividades domésticas essenciais.
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Lima Barreto – Aula de Literatura Enem Posted: 25 Sep 2014 07:14 PM PDT Lima Barreto Nasceu e morreu no Rio de Janeiro (1881-1922). Mestiço de origem humilde, expressou em suas obras a discriminação sofrida na vida real. É consciente de nossos verdadeiros problemas, ao mesmo tempo em que critica aquele nacionalismo ufanista, exagerado, utópico, herança do Romantismo. Seu estilo, tão criticado pelos ainda parnasianos de sua época, é outro ponto de contato com o Modernismo: é leve, coloquial, aproxima-se da linguagem jornalística. Lima Barreto teve sérios problemas com o álcool e chegou a ser recolhido duas vezes ao hospício. Veja um trecho de Clara dos Anjos, em que a questão racial é abordada. No entanto, sua principal obra é Triste fim de Policarpo Quaresma. Escrito por Lima Barreto, foi levado a público pela primeira vez em folhetins, publicados, entre Agosto e Outubro de 1911, na edição da tarde do Jornal do Commercio do Rio de Janeiro. Em 1915, também no Rio de Janeiro, a obra foi pela primeira vez impressa em livro, em edição do autor. Cena do filme "Policarpo Quaresma: herói do Brasil" O romance discute principalmente a questão do nacionalismo, mas também fala do abismo existente entre as pessoas idealistas e aquelas que se preocupam apenas com seus interesses e com sua vida comum. Com uma narrativa leve que em alguns pontos chega a ser cômica, mas sempre salpicada de pequenas críticas a vários aspectos da sociedade, a história se torna mais tensa apenas quando o autor analisa a loucura e, no seu final, quando são feitas duras críticas ao positivismo e ao presidente Floriano Peixoto (1891-1894). Dica 1 – Conheça a história do autor de "O Sítio do Picapau Amarelo" nesta aula de Literatura Enem sobre Monteiro Lobato – http://blogdoenem.com.br/monteiro-lobato-literatura-enem/O autor optou por escrever a narrativa numa linguagem próxima à informal falada entre os cariocas. Ela se desenvolve em torno de Policarpo Quaresma, brasileiro extremamente nacionalista, e é dividida em três partes, cada uma contendo cinco capítulos. Obras • Romance: Recordações do escrivão Isaías Caminha (1909); Triste Fim de Policarpo Quaresma e Numa e ninfa (1915); Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá (1919); Clara dos Anjos (1948). Escreveu ainda crônicas, memórias e crítica literária. Saiba mais sobre Lima Barreto nesta aula do canal PORTUGUÊS BFC, disponível no Youtube. Após assistir, revise o que você aprendeu respondendo aos nossos desafios!
Desafios Leia o texto para responder às questões de 01 a 05. Sua excelência [O ministro] vinha absorvido e tangido por uma chusma de sentimentos atinentes a si mesmo que quase lhe falavam a um tempo na consciência: orgulho, força, valor, satisfação própria etc. etc. Não havia um negativo, não havia nele uma dúvida; todo ele estava embriagado de certeza de seu valor intrínseco, das suas qualidades extraordinárias e excepcionais de condutor dos povos. A respeitosa atitude de todos e a deferência universal que o cercavam, reafirmadas tão eloquentemente naquele banquete, eram nada mais, nada menos que o sinal da convicção dos povos de ser ele o resumo do país, vendo nele o solucionador das suas dificuldades presentes e o agente eficaz do seu futuro e constante progresso. Na sua ação repousavam as pequenas esperanças dos humildes e as desmarcadas ambições dos ricos. Era tal o seu inebriamento que chegou a esquecer as coisas feias do seu ofício… Ele se julgava, e só o que lhe parecia grande entrava nesse julgamento. As obscuras determinações das coisas, acertadamente, haviam-no erguido até ali, e mais alto levá-lo-iam, visto que, só ele, ele só e unicamente, seria capaz de fazer o país chegar ao destino que os antecedentes dele impunham. (Lima Barreto. Os bruzundangas. Porto Alegre: L&PM, 1998, pp. 15-6) Questão 01 Na frase – A respeitosa atitude de todos e a deferência universal que o cercavam… –, a palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo do sentido original, por: a) constrição. b) consideração. c) distância. d) discriminação. e) defesa. Dica 2 – Relembre sobre as principais características do Pré-Modernismo em mais esta aula de revisão para Literatura Enem – http://blogdoenem.com.br/pre-modernismo-literatura-enem/Questão 02 Tomando-se em sentido denotativo a descrição do ministro, é coerente dizer que se trata de uma pessoa: a) altruísta. b) dissimulada. c) presunçosa. d) alcoolizada. e) perseverante. Questão 03 Assinale a alternativa que interpreta corretamente o emprego dos pronomes possessivos destacados nas passagens do segundo parágrafo. a) Os dois primeiros fazem referência ao personagem descrito; os dois últimos, a país. b) Os dois primeiros fazem referência ao personagem descrito; os dois últimos, a agente eficaz. c) Todos os pronomes fazem referência ao personagem descrito. d) Os dois primeiros fazem referência ao enunciador do texto (o narrador); os dois últimos, ao personagem que aquele descreve. e) Os dois primeiros fazem referência ao enunciador do texto (o narrador); os dois últimos, a povos. Dica 3 – Revise sobre as principais características do Simbolismo em mais esta aula preparatória para prova de Literatura Enem – http://blogdoenem.com.br/simbolismo-literatura-enem/Questão 04 Assinale a alternativa em que a nova posição dos pronomes átonos, na frase reescrita, está de acordo com a norma-padrão do português escrito. a) A respeitosa atitude de todos e a deferência universal que cercavam-no… b) As obscuras determinações das coisas acertadamente o haviam erguido até ali. c) Ele julgava-se e só o que parecia-lhe grande entrava nesse julgamento. d) (…) uma chusma de sentimentos atinentes a si mesmo que quase falavam-lhe. e) As obscuras determinações das coisas, acertadamente, mais alto levariam-no. Questão 05 A palavra que apresenta, em sua formação, um prefixo e um sufixo formador de adjetivo é: a) esperanças. b) sentimentos. c) unicamente. d) respeitosas. e) extraordinárias.
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