quarta-feira, 20 de abril de 2016

Blog do Enem: simplificado como deve ser


Arcadismo no Brasil – Literatura Enem

Posted: 19 Apr 2016 12:47 PM PDT

Literatura Enem: Os dois acontecimentos importantes que marcaram o início do Arcadismo no Brasil são a fundação da Arcádia Ultramarina, em Vila Rica, e a publicação de um livro de poemas, intitulado Obras, de Cláudio Manoel da Costa, no ano de 1768.

Na Europa, a metade do século XVIII ficou marcada pelo fim do pensamento barroco. A burguesia em ascensão, direcionada às situações mundanas, fez com que ficasse, em segundo plano, a religiosidade que envolvia as ideias barrocas. Não apenas isso, mas também as pessoas estavam cansadas do exagero presente no Barroco, presente desde o surgimento da Renascença. Assim, foi perdendo seu espaço para a arte da burguesia, concentrada no subjetivismo. Dessa maneira, surgiram as primeiras obras arcádias, que buscavam traços puros e simples das formas mais clássicas.

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Fonte: http://www.kultura.ejgv.euskadi.eus/

No Brasil, o século XVIII marca um importante cambio na vida política e econômica: a economia canavieira cai e o centro econômico passa a ser o Nordeste e suas regiões de mineração; com isso, surge a vida política, social e cultural. O estado de Minas Gerais, particularmente a cidade de Vila Rica (que hoje é conhecida como Ouro Preto) passa a ser o lugar dos acontecimentos mais importantes, como a mineração, a Inconfidência e os poetas do Arcadismo.

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Fonte: http://challengingyourdreams.com/

Igreja São Francisco de Assis, em Ouro Preto – MG

É muito importante, também, saber que a mineração pôs em evidência, pela primeira vez, segmentos da classe dominante na Colônia e na metrópole; com isso, o pensamento iluminista francês tem grande repercussão no ascendente sentimento daquele momento, onde a razão e a cultura jesuítica entram em "conflitos", e a igreja é colocada contra a parede pelos valores do Século das Luzes (Iluminismo e seus ideais).

O Arcadismo foi influenciado pelo Iluminismo, caracterizado pela objetividade e a valorização do homem, da razão, do que é lógico em pensamento e também da natureza. Esta será o modelo perfeito de meio de vida, considerada como uma perfeição.

Como características da literatura árcade, entende-se o bucolismo (vida pastoril), a natureza exaltada, o universo, a lógica e a presença de figuras mitológicas.

Nesse período, temos em destaque: Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manoel da Costa, Silva Alvarenga, Basílio da Gama, Frei José de Santa Rita Durão.

Continue estudando sobre esse tema, com o vídeo do canal Stoodi, no YouTube, sobre Arcadismo no Brasil:

Não pare por aqui! É hora de praticar todo o conteúdo aprendido, com os exercícios selecionados pra você:

Exercícios

1- (ENEM-2008)

Torno a ver-vos, ó montes; o destino (verso 1)

 

Aqui me torna a pôr nestes outeiros,

Onde um tempo os gabões deixei grosseiros

Pelo traje da Corte, rico e fino. (verso 4)

 

Aqui estou entre Almendro, entre Corino,

Os meus fiéis, meus doces companheiros,

Vendo correr os míseros vaqueiros (verso 7)

Atrás de seu cansado desatino.

 

Se o bem desta choupana pode tanto,

Que chega a ter mais preço, e mais valia (verso 10)

Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto,

 

Aqui descanse a louca fantasia,

E o que até agora se tornava em pranto (verso 13)

Se converta em afetos de alegria.

 

Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78-9.

 

Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua produção.

a) Os "montes" e "outeiros", mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje "rico e fino".

b) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia.

c) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional.

d) A relação de vantagem da "choupana" sobre a "Cidade", na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole.

e) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria.

 

2- (Cescem) – O Arcadismo, didaticamente, inicia-se, no Brasil, em 1768:

a) com a fundação de Arcádia de Lusitana.
b) com a publicação de poemas de Cláudio Manuel da Costa (em Lisboa) e pela fundação da Arcádia Ulissiponense.
c) com a publicação dos poemas de Cláudio Manuel da Costa (em Lisboa) e pela fundação da Arcádia Ultramarina.

d) pela vinda da família real para o Brasil.
e) nenhuma das anteriores.

 

3- (UFV) Sobre o Arcadismo no Brasil, podemos afirmar que:

a) produziu obras de estilo rebuscado, pleno de antíteses e frases tortuosas, que refletem o conflito entre matéria e espírito.

b) não apresentou novidades, sendo mera imitação do que se fazia na Europa.

c) além das características européias, desenvolveu temas ligados à realidade brasileira, sendo importante para o desenvolvimento de uma literatura nacional.

d) apresenta já completa ruptura com a literatura européia, podendo ser considerado a primeira fase verdadeiramente nacionalista da literatura brasileira.

e) presente sobretudo em obras de autores mineiros como Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Silva Alvarenga e Basílio da Gama, caracteriza-se como expressão da angústia metafísica e religiosa desses poetas, divididos entre a busca da salvação e o gozo material da vida.

 

Gabarito

1- B

2- C

3- C

O texto foi escrito pela professora Analice, formada em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Unesp. Atualmente é mestranda em Literatura na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, professora de português na rede particular de ensino de Florianópolis e colaboradora do Blog do Enem. Facebook: http://www.facebook.com/analice.andrade

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Civilização Hebraica (judeus) – História Enem

Posted: 19 Apr 2016 12:29 PM PDT

História Enem: É hora de revisar a história dos hebreus e sua relação direta com a organização social e política do oriente próximo. Bem como relembrar alguns elementos culturais desse povo, responsável pela primeira experiência monoteísta duradora em nossa história, e que de certa forma influenciou e ainda influencia a as relações entre povos em todo o planeta.

Conforme sabemos, antes e mesmo durante o domínio e hegemonia greco-romana durante a idade antiga, diversos outros povos, como os mesopotâmios exerceram forte influência por todo o oriente próximo e leste do mediterrâneo. Nesta oportunidade falaremos sobre os egípcios, que se originaram e desenvolveram nesta região, embora não estivessem propriamente no chamado Crescente Fértil, região irrigada pelos rios Tigre e Eufrates.

HEBREUS (JUDEUS):

Origem:

Os chamados Hebreus ocuparam uma região bastante árida, conhecida como Palestina, situada a sudoeste do atual Líbano. Tal região está subdividida em duas partes com base em sua posição em relação ao principal rio da região, o rio Jordão. Assim sendo, a leste do Jordão estava a Transjordânia e a oeste a Cisjordânia.

Uma diferença em relação ao Egito antigo e a Mesopotâmia era a capacidade hídrica do Jordão, em nada comparada ao Nilo, Tigre e Eufrates, reduzindo de maneira drástica o potencial agrícola da região. Ou seja, o solo palestino era infértil e o clima da região bastante seco.

A principal fonte histórica a respeito do surgimento dos hebreus é a Bíblia, precisamente o antigo testamento, bem como pesquisas arqueológicas na região e o próprio estudo histórico acerca dos povos vizinhos, que foram de extrema importância para esta civilização.

Segundo o livro Gênesis, os hebreus descenderiam de Tare, de origem semita (grupo étnico descendente de Sem, filho de Noé, o construtor da Arca), que abandonou a cidade mesopotâmica de Ur e estabeleceu-se mais ao sul. Os semitas originaram duas importantes civilização que até hoje disputam aquela região. De um lado os Hebreus, também conhecidos como Judeus (falaremos sobre o desenvolvimento da religião ainda neste post) e os árabes.

O próprio velho testamento é bastante rico ao falar sobre judeus e outros povos que migraram e ocuparam aquela região por volta de 1700 – 1500 a.C. Após a morte de Tare, a liderança da tribo hebraica passou a Abraão que teria recebido a ordem divina de ocupar Canaã, a chamada terra prometida, "projeto" consolidado por seu neto Jacó que posteriormente adotou o nome de Israel. Segundo a tradição judaica as 12 tribos que compõe esse povo teriam origem a partir deste patriarca.

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Fonte: http://pt.slideshare.net/sophiaours/antiguidade-oriental-hebreus

Na imagem acima temos um mapa da palestina antiga subdividida com base na área ocupada por cada uma das tribos judaicas, todas elas formadas, segundo a tradição, pelos filhos do Patriarca Israel (Originalmente Jacó, neto de Abraão)

A História deste povo, haja vista a importância dos relatos bíblicos, é permeada de mitos e elementos simbólicos e por isso carentes de provas científicas. Assim sendo, embora seja difícil precisar a veracidade dos fatos, uma forma de fazê-lo é confrontar com elementos históricos dos demais povos da região.

Cativeiro Egípcio e Êxodo:

Segundo os relatos bíblicos parte desse povo invadiu e se estabeleceu no Egito por cerca de quatrocentos anos, estando aliados aos Hicsos, líderes da invasão, os judeus tiveram bastante liberdade e ocuparam importantes cargos dentro do novo governo egípcio.

Entretanto, com a expulsão dos Hicsos e retomada do poder pelos egípcios, os hebreus seriam submetidos a condição de escravos, praticamente. Neste contexto surge a liderança de Moisés, que além de organizar a fuga do Egito e retorno a Palestina também terá grande importância para a consolidação do monoteísmo, quando os judeus passam a adorar um deus único, chamado Jeová (ou Iavé). Foi justamente durante tal fuga, que teria durado por volta de quarenta anos, que supostamente Moisés teria aberto o mar vermelho e recebido de deus os 10 mandamentos.

Os hebreus finalmente retornaram a Palestina sob a liderança de Josué, após a morte de Moisés, conquistando parte da região.

Organização Política:

Patriarcado: Do ponto de vista político os judeus viveram três tipos de organização. Inicialmente o poder era dividido entre os patriarcas, o povo então era dividido em grandes famílias ou clãs, chefiados pelo homem mais velho. Entretanto as rivalidades entre esses chefes acabavam por enfraquecer os judeus que ficavam suscetíveis a invasões de outros povos.

Juizado: Diante da ineficiência do patriarcado, surgiram chefes militares e políticos com poder superior aos patriarcas e capazes de organizar as formas judaicas para expulsar invasores como os Filisteus e Amoritas. Consequência disso foi o desenvolvimento da monarquia quando o juiz Samuel centralizou o poder político. Do ponto de vista religioso o monoteísmo já havia unificado os judeus.

Monarquia: Reis dos Judeus:

  • Saul (1010 a.C. a 1006 a. C.): Considerado o primeiro Rei de Israel.
  • Davi (1006 a.C a 966 a.C.): Período marcado pela expansão militar e prosperidade da civilização judaica. Estabeleceu Jerusalém como capital do reino de Israel.
  • Salomão (966 a.C a 926 a.C): Filho e herdeiro de Davi, ficou conhecido pela sabedoria em suas decisões, pelo grande Templo que mandou construir segundo orientação divinas e pelo desenvolvimento do comércio. Entretanto, a cobrança abusiva de impostos para a manutenção dos luxos da corte terminou por criar um ambiente de grande insatisfação popular.

Cisma Político e Religioso: Após a morte de Salomão os judeus se dividiram em dois reinos.

  • Reino de Israel: Situado ao norte e composto por 10 tribos, em 878 a.C aclamaram Omri como rei. Neste reino, apesar da resistência do culto monoteísta, o culto a outros deuses foi retomado e o movimento profético teve grande influência, sobremaneira entre a população mais pobre. Por volta de 842 a.C. o profeta Elias deu um golpe de estado e com o apoio da população mais oprimida coroou Jahu. Porém, o reino de Israel seria conquistado por Sargão II, rei dos assírios por volta de 722 a.C.
  • Reino de Judá: Composto pelas duas tribos restantes manteve-se fiel ao monoteísmo e conservou Jerusalém como capital. Durante a invasão assíria o Rei Ezequias (725 a.C. a 697 a.C.) aliou-se aos egípcios para conter o avanço dos invasores, mesmo assim uma parte do território de Judá foi fatalmente ocupada. Sob o reinado de Josias (639 a.C. a 609 a.C) toda a região foi alvo de disputa entre Egito e Império Babilônico. Nabucodonosor II, rei da Babilônia invadiu a região e destruiu o grande Templo do rei Salomão. Além disso, o rei e cidadão mais ricos foram levados a Babilônia como reféns e lá permaneceram por 50 anos. Este episódio é retratado na Bíblia como "Cativeiro Babilônico".

Diáspora Judaica:

Após a conquista dos Persas em relação a Babilônia os hebreus mantidos em cativeiro foram libertados e retornaram para o reino de Judá. Gradativamente as diferenças entre Israel e Judá foram superadas e as 12 tribos judaicas novamente unificaram-se e iniciaram a reconstrução do Templo de Salomão.

Todavia, ao longo dos próximos séculos a região seria sistematicamente ocupada por invasores até a chegada dos romanos na região. Diante das diferenças religiosas entre romanos e hebreus, quando os primeiros passam a interferir nas crenças hebraicas e os últimos negam-se a reconhecer a divinização do Imperador Romano, por ordem do general romano Tito Jerusalém é destruída e o povo hebreu acabou por dispersar-se pelo mundo.

Cultura e Religião:

Conforme dito anteriormente, os hebreus foram responsáveis pela primeira experiência duradora de um culto monoteísta. Além disso, a influência da religião judaica para o surgimento do cristianismo e islamismo é impar. Além disso, toda a história dos judeus pauta-se pela relação intrínseca deste povo em relação a sua religião.

O Antigo Testamento é o livro sagrado dos Judeus, os livros Gênesis, o Êxodo, o Levítico, os Números e o Deuteronômio fazem parte da chamada Torá. O Talmude, por sua vez reúne muitas tradições orais e é dividido em quatro livros: Mishnah, Targumin, Midrashim e Comentários.

Os judeus possuem muitos rituais simbólicos e datas importantes dentro de seu próprio calendário, seus sacerdotes são conhecidos como Rabinos e seus templos denominados Sinagogas.

Entre os rituais, podemos citar a circuncisão dos meninos (aos 8 dias de vida) e o Bar Mitzvah que representa a iniciação na vida adulta para os meninos e a Bat Mitzvah para as meninas (aos 12 anos de idade). As datas das festas religiosas dos judeus são móveis, pois seguem um calendário lunisolar.

As principais são as seguintes: Purim – os judeus comemoram a salvação de um massacre elaborado pelo rei persa Assucro;  Pessach – quando comemora-se a libertação da escravidão do povo judeu no Egito, em 1300 a.C.; Shavuót – celebra a revelação da Torá ao povo de Israel, por volta de 1300 a.C.; Rosh Hashaná – é comemorado o  Ano-Novo judaico; Yom Kipur – considerado o dia do perdão.

Os judeus fazem jejum por 25 horas seguidas para purificar o espírito; Sucót – refere-se a peregrinação de 40 anos pelo deserto, após a libertação do cativeiro do Egito; Chanucá – comemora-se o fim do domínio assírio e a restauração do tempo de Jerusalém; Simchat Torá – celebra a entrega dos Dez Mandamentos a Moisés.

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Fonte: http://obviousmag.org/archives/2007/06/os_judeus_e_o_h.html

A imagem retrata o Muro das Lamentações Trata-se do único vestígio do antigo Templo de Herodes, erguido por Herodes o Grande no lugar do Templo de Jerusalém inicial. É a parte que restou de um muro de arrimo que servia de sustentação para uma das paredes do edifício principal e que em si mesmo, não integrava o Templo que foi destruído pelo general Tito.

Muitos fieis judeus visitam o Muro das Lamentações para orar e depositar seus desejos por escrito. Antes da sua reabilitação por Israel, após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, o local servia de depósito para incineração de lixo.

Durante a segunda grande guerra milhões de Judeus foram perseguidos, explorados, expropriados e posteriormente mortos pelo regime nazista alemão no episódio conhecido como HOLOCAUSTO (palavra de origem hebraica que significa sacrifício).

Após o conflito, a recém criada Assembléia Geral das Nacões Unidas (ONU) regulou a divisão da palestina e a conseqüente criação do Estado de Israel em novembro de 1947, quando os Judeus puderam finalmente retornar a terra prometida. No entanto, a região é dominada e cercada por diversas nações de origem Árabe, o que resultou em novos conflitos político-religiosos que até hoje resultam em mortes e tentativas de negociar a paz, mas este é um assunto que será discutido em outra oportunidade.

Bruno História
Os textos e exemplos acima foram preparados pelo professor Bruno Anderson para o Blog do Enem. Bruno é historiador formado pela Universidade Federal de Santa Catarina. Dá aulas de história em escolas da Grande Florianópolis desde 2012. Facebook e Twitter.

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