sábado, 2 de maio de 2015

Blog do Enem: simplificado como deve ser


O Trabalho – Aula de revisão para Sociologia e Filosofia no Enem.

Posted: 30 Apr 2015 07:32 PM PDT

O Trabalho. Veja nesta aula um  conceito fundamental para os estudos de sociologia e de filosofia que analisam as relações que se estabelecem no campo profissional: o Trabalho. Vamos ver que tem sido um tema que recebeu a dedicação e preocupação de sociólogos, filósofos e pensadores ao longo da história e que até hoje em dia é objeto de estudo e discussão.

O n osso principal objetivo é conseguir pensar e refletir sobre a noção de trabalho de maneira crítica. Vamos desconstruir as ideias que temos sobre as relações laborais que consideramos naturais e normais, para compreendê-las melhor.

Vamos aprender também um pouco da chamada sociologia histórica, que procura explicar fenômenos de longo prazo e processos por meio dos quais, depois de muitos anos, determinadas relações sociais e instituições mudam. Assim, vamos entender como e por que algumas leis, concepções e obrigações que hoje temos são o resultado de lutas e esforços de outras pessoas que as conquistaram séculos atrás. Isto vai nos ajudar a refletir sobre as maneiras pelas quais uma sociedade muda, mas também coisas que em ela se mantém e evolui. Ao contrário do que pensamos normalmente, todos temos, hoje, benefícios graças à luta de poucos.

Bom estudo! Prof.ª Magali Alloatti.

Sobre o trabalho e suas transformações

1º de Maio – Dia do Trabalho. No mês de maio nós temos um feriado geral, o dia primeiro, quando todo mundo descansa, e aqueles que trabalham recebem uma remuneração extra ou algumas considerações especiais. Sabem por quê? O dia primeiro de maio é o dia mundial do trabalhador e é uma ocasião para que, em quase todas as partes do mundo, nós lembremos a história do trabalho, das lutas históricas de grupos de trabalhadores que lutaram pelos direitos e condições que hoje temos em termos de lei.

o trabalho chaplin e texto

 Esse feriado é a lembrança de uma série de eventos, alguns violentos, de luta nos Estados Unidos, no ano 1884, realizados por trabalhadores que exigiam dos chefes e donos de fábricas uma jornada de trabalho de oito (8) horas com ameaça de greve.

Vocês imaginam uma jornada de trabalho normal de dez horas? Ou de onze horas? Sem férias? Sem intervalo ou recesso? Ou direito de ir ao banheiro? Charles Chaplin  fez uma cena clássica no cinema, no filme “Tempos Modernos” em que denunciava com ironia e bom humor os excessos do mundo do trabalho nos tempos da Revolução Industrial. Assista!

O trabalho tem mudado muito ao longo do tempo, especialmente no que refere aos direitos dos trabalhadores e as condições de trabalho ao longo de inúmeras lutas e situações em que geralmente se enfrentavam trabalhadores e patrões ou donos de fábrica. Vamos tentar compreender um pouco melhor isto aqui. O trabalho em sentido amplo é um conceito que denomina um tipo de relação econômica entre duas pessoas, de contratação ou de prestação de serviços. Ou seja, se nós precisamos dos serviços de alguma pessoa vamos contratá-la e pagar segundo valores que são mais ou menos gerais, mas que podem variar segundo o tipo de trabalho, a quantidade de pessoas que possam fazer o trabalho, etc.

Até aí tudo bem, entretanto esse tipo de relação econômica entre duas ou mais pessoas nem sempre foi assim. Vamos lembrar um pouco das aulas de história, vocês lembram alguma coisa do sistema de escravidão no Brasil? Vocês acham que a contratação e condições de trabalho dos escravos eram iguais às condições que temos hoje em dia? Ao longo da história e de diferentes acontecimentos sociais, políticos e econômicos, "os trabalhadores" têm conquistado progressivamente um conjunto de direitos que garantem as condições de contratação igualitárias para todo mundo. Essas condições compreendem termos de pagamento, espaço apropriado para a realização do trabalho, a ilegalidade do trabalho infantil, quantidade de horas, férias pagas, salário, previdência, entre outras coisas.

Esses direitos do trabalho fazem parte daqueles que são reconhecidos como direitos humanos. A falta de cumprimento deles é considerada uma responsabilidade muito grave por parte de uma pessoa, uma companhia, fábrica ou Estado. Tanto assim que eles estão inseridos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, no artigo 23. E na nossa Constituição Brasileira, a lei suprema, no artigo 7. A constituição de uma legislação, a nível mundial e nacional, implica também que devem ser respeitadas características de cada trabalhador, como idade, condição física, se é portador de deficiências, etc.

Dica 1 – Relembre tudo sobre Thomas Hobbes, John Locke e Montesquieu nesta aula de Filosofia Enem;

Grande parte da história da evolução do trabalho e suas lutas estão relacionadas com os sindicatos, que são organizações de trabalhadores por área de ocupação que, a partir de 1850 aproximadamente, têm sido os protagonistas de reclamos, marchas e conquistas. Retomemos um pouco de história social. Lembremos que a partir da Revolução industrial (ou seja, aproximadamente a partir de 1840), na Europa Central, os trabalhadores começam a aumentar em número e em concentração física em centros urbanos e fábricas.

Esses centros industriais vão ser o cenário para os primeiros conflitos laborais da história, mas também de um conjunto de outros fenômenos como doenças e desenvolvimento de medicina, atividades políticas, maneiras de organização entre os trabalhadores. Isto é de muita importância, tanto que a liberdade dos trabalhadores de se organizar sindicalmente é garantida, a nível mundial, pela Organização Interacional do Trabalho (OIT). A constituição mais antiga do nosso país já reconhecia o direito lícito de se reunir e se organizar, a partir do ano 1891. E atualmente é garantido pelo artigo no. 8 da Constituição do Brasil.

Quase todos os países têm integrado também na sua legislação os direitos dos trabalhadores a conformar sindicatos, se organizar sem interferências dos patrões ou do Estado e de dialogar ou negociar com este último, nas suas necessidades ou reclamações. Isto tem derivado em outro fenômeno que foi o progressivo crescimento do poder que esses sindicatos têm como atores socioeconômicos, por meio de estratégias de reclamos (greve, interrupções de atividades, ocupações de espaços públicos, etc.). E isto não é um dado insignificante, basta olhar para as relações de apoio e enfrentamento entre sindicatos poderosos e partidos políticos ou governos ao longo da história.

Análises sociológicas sobre o trabalho

O trabalho tem sido um tema de muita preocupação e pesquisa por parte da sociologia, história, geografia, e outras ciências sociais ao longo do tempo. Neste sentido a sociologia tem uma tradição bastante crítica em relação ao trabalho, que se originou com Marx e que posteriormente foi desenvolvido por várias escolas e correntes de pensamento. Trata-se de um tema complexo com muitas formas de ser estudado e entendido. Vamos fazer uma breve resenha sobre algumas das maneiras pelas quais foram pensadas as atividades laborais na sociologia, tentando destacar o interesse que elas têm nesse tema.

Não é sem razão que Karl Marx é considerado um dos fundadores da sociologia. A sua preocupação com diversos fenômenos sociais, culturais e principalmente econômicos é, sem dúvida, parte importante da base do pensamento sociológico atual. Marx viveu em um tempo de plena revolução industrial, em que o trabalho não era regulado nem existiam condições estabelecidas pelo Estado, que procurassem o bem-estar dos trabalhadores. Também não existiam critérios de salubridade e mão de obra completamente disponíveis para o desenvolvimento cada vez maior das indústrias, principalmente na Inglaterra.

Marx, tal outros pensadores do seu círculo intelectual, pensa um conceito do trabalho por meio da comparação com as atividades de ofício que caracterizavam a idade média. A relação entre um artesão, um carpinteiro, um ourives, com seu produto é próxima e singular. Vamos tomar o exemplo do artesão. O produto que é feito por ele é único, porque a maneira na qual ele produz não é uma maneira em série, como a que hoje conhecemos, senão que ele faz o processo completo do produto até ficar acabado. Assim o produto é dificilmente repetível, por questões técnicas de produção, mas também porque o artesão vai criando, ao longo do processo, uma relação pessoal com aquele produto, porque ele vai acompanhando as mudanças e, progressivamente, vai percebendo os efeitos do seu trabalho sobre um produto. Ele é ciente do que é capaz de fazer.

Os processos produtivos do capitalismo caracterizam-se por se encontrarem divididos em diversas instâncias para melhorar a produção, ou seja, que um operário trabalha toda a jornada fazendo sempre a mesma atividade. Vamos supor que estamos analisando uma fábrica de pastas de dentes, um operário tem como atividade só encher as bisnagas, dificilmente ele exerça outra atividade na cadeia produtiva.

A divisão do processo produtivo garante uma maior produtividade, ou seja, uma produção mais rápida, com uma margem de erro menor e, segundo alguns autores, uma disciplina maior nos trabalhadores. O que Marx percebeu em relação a isto é que o fim da relação que o trabalhador tinha com esse produto fez com que ele não fosse mais consciente da sua capacidade de transformação do produto e, por extensão, de sua vida. Procurando definir melhor este fenômeno, Marx criou o conceito de alienação, que quer dizer que o produto, como consequência da sua maneira de produção, acaba parecendo uma coisa alheia e afastada dele. O trabalhador não consegue reconhecer de que maneira modificou o produto, nem sente que ele seja uma coisa que ele fez, já que várias pessoas participaram na mesma quantidade que ele.

Usando como inspiração as ideias de Marx, outros autores tentaram discutir com ele, e outros utilizaram o conceito de alienação para analisar outras dimensões da vida das pessoas. Uma maneira interessante de pensar a mudança nos processos de produção é oferecida por Benjamin Coriat, que analisa as influências que os processos produtivos têm nos operários. Ele os aprofunda para os tipos de organização do trabalho.

Dica 2 – Para você entender a discussão política relembre os autores  Nicolau Maquiavel, Thomas Morus e Francis Bacon nesta primeira aula sobre Política.

O primeiro foi uma forma de organização do trabalho pensada por Charles Taylor, um economista americano, que procurava a especialização dos operários, a divisão racional do processo produtivo, o controle minucioso do tempo, disciplina constante dos operários, entre outras coisas. O segundo tipo mais conhecido é o fordismo, modelo de divisão de trabalho pensado e aplicado nas indústrias de carros Ford. Esta organização é muito mais flexível nas atividades, permite que o trabalhador consiga crescer e mudar de atividades segundo os seus méritos. A principal variação do fordismo é que a empresa outorgou créditos para que seus operários tivessem acesso à compra de carros, o que fez com que Ford sobrevivesse à crise econômica dos anos 30 e que o nível de satisfação dos seus operários fosse muito alto.

Fordismo e Postfordismo. Acessível em:
<http://web.me.com/franiglesias/Fran_Iglesias/Formandome/Entradas/2010/11/23_Fordismo_y_Postfordismo.html>. Acessado em: 12/06/2012.

O terceiro tipo de processo produtivo mais conhecido é o toyotismo, variante muito mais avançada do fordismo. A base do toyotismo é que o processo produtivo é considerado um acordo entre os donos e os trabalhadores, o que permite que sejam aplicados questionários de opinião, consultas sobre problemas e benefícios do processo de trabalho, críticas e sugestões dos trabalhadores. Também são realizadas negociações dos salários básicos, oportunidades de crescimento na carreira dos trabalhadores, entre outras coisas. Este tipo de organização do trabalho foi aplicado pela primeira vez na inauguração de uma planta produtiva da Nissam, no ano 1986, e tem como principal pressuposto que o operário tem um conhecimento muito importante sobre o processo produtivo e que deve ser aproveitado.

As principais críticas das organizações como o taylorismo e o fordismo referem-se ao fenômeno de mecanização do homem, ou seja, o trabalhador acaba sendo uma parte mecânica da indústria. Como é possível observar na foto de "Tempos Modernos", de Charles Chaplin, o trabalhador sai do trabalho se sentindo como se fosse mais uma engrenagem das máquinas. E a repetição constante dos movimentos faz com que, na hora de sair do trabalho, o operário continue, de maneira compulsiva, repetindo os movimentos corporais que são exigidos pelo seu trabalho.

Com um olhar amplo do mundo

Uma vez detalhado isto, voltemos para nossos tempos atuais, onde têm acontecido outras mudanças e novas organizações do trabalho. Os processos produtivos atualmente são considerados flexíveis, ou seja, as pessoas precisam adaptar-se e conseguir trabalhar em diferentes funções e atividades. Este pressuposto do processo produtivo tem gerado, em variadas ocasiões, conflitos com o status dos trabalhadores e seus direitos. Vamos estudar um pouco melhor isto.

É preciso levar em conta que nem em todas as partes do mundo esses direitos são respeitados, já que isto exige uma atitude ativa por parte do Estado. Por exemplo, na década de noventa em vários países da América Latina foi levada a cabo uma modificação das leis dos trabalhadores, em um projeto chamado "flexibilização", em países como Uruguai, Argentina e Brasil. Segundo as autoridades políticas desses países, a modificação das leis tinha como objetivo chamar a atenção para companhias estrangeiras, que viessem a investir no território nacional. Por exemplo, se uma empresa como Sony tinha uma planta de fabricação de aparelhos eletrônicos (celulares, computadores, etc.) nos Estados Unidos, eles pagavam um determinado salário aos seus trabalhadores, assim como tinham que respeitar condições da jornada laboral. Os países que aplicaram a flexibilização mudaram algumas das condições de trabalho para que as empresas internacionais achassem o investimento nesses países mais propício, aumentado assim a taxa de atividade industrial e população ocupada.

Dica 3 – Revise o pensamento de Renè Descartes nesta aula de Filosofia Enem e relembre como o filósofo transformou a forma de Pensar do Homem moderno.

Ainda mais, há alguns países que hoje em dia não reconhecem vários dos direitos que nós temos enunciado aqui e que, como consequência, acabam tendo produções de bens muito mais baratas que outros países. Países asiáticos, como China, Taiwan, Korea, ou casos na América Latina, como Bolívia, Colômbia, Nicarágua, Honduras; países árabes, como Afeganistão, Irão, entre outros. Isto exige pensar que a luta pelo respeito dos direitos dos trabalhadores não tem acabado, senão que é constante, que compromete tanto os trabalhadores como os patrões, as autoridades governamentais de cada país e as organizações mundiais.

E no Brasil?

O caso do Brasil não é alheio às observações que fizemos. Como já citamos, a nossa Constituição tem incorporado os direitos dos trabalhadores como lei suprema, aquela que deve ser respeitada acima de todas as coisas. Mas isso não quer dizer que em todas as partes do Brasil esses direitos são efetivamente respeitados, nem que as condições sejam as melhores.

Para começar devemos lembrar que o Brasil também passou pelo processo de flexibilização nos anos oitenta e noventa, como vários outros países, devido a transformações nas relações econômicas entre os Governos e as Empresas. Progressivamente as Companhias (como já mencionamos exemplos de Sony, Shell, Panasonic, Fiat, Volkswagen, entre outras) foram ganhando mais espaços para exigir dos Governos que fizessem as leis de proteção aos trabalhadores mais flexíveis, permitindo-lhes modificar os termos de contratação, como a previdência, tempo de contratação, quantidade de horas, entre outras coisas.

Conjuntamente, nosso país carrega uma história marcada por um passado de escravidão, o que faz com que, em algumas partes e em algumas épocas de muita atividade econômica, a exploração das pessoas apareça como um fenômeno às vezes preocupantemente frequente. No dia 23 de maio, no site da nossa Câmara dos Deputados, foi publicada uma matéria interessante sobre o tema que estamos estudando, onde denunciavam que no ano 2011 "foram registradas 230 ocorrências de trabalho escravo em 19 dos 27 estados do Brasil. Os casos envolveram 3.929 trabalhadores escravizados, entre eles, 66 crianças. Apesar dessas ocorrências, a representante da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Laís Abramo, afirmou que o Brasil tem sido um exemplo mundial de combate ao trabalho escravo. Isso porque o País reconheceu oficialmente a existência do problema e porque tem havido um esforço nacional para a erradicação desse tipo de violação dos direitos humano".

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"CPI quer contribuir para regulamentação da PEC do Trabalho Escravo".  Acessado em: 28/05/2012.

Esta matéria serve para nós compreendermos que o que pode ser chamado trabalho escravo aparece ainda na atualidade, em algumas áreas, geralmente aquelas de exploração de recursos naturais e extração de matérias-primas, como, por exemplo, coleta de algodão, desmatamento da selva, plantação e coleta de café, banana, entre outras (especialmente aquelas que contratam trabalhadores com nível educativo básico). Mas também que as partes comprometidas na luta por essas condições de trabalho e o respeito pelos direitos, precisam se manter ativas, velando pelas melhores maneiras de trabalhar.

O Estado brasileiro consegue administrar a nossa realidade econômica e social a partir do conhecimento que tem dela, assim como casos nos quais as condições apropriadas de trabalho e o desenvolvimento humano não são respeitados. A população brasileira que trabalha é registrada, analisada e estudada por meio de pesquisas, que permitem conformar índices, taxas, quantidades e variações das pessoas que trabalham e as suas ocupações.

Sendo assim, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), na hora de realizar o censo nacional, considera como trabalho o exercício de diferentes ocupações, com diversas maneiras de serem remuneradas (ou seja, maneiras pelas quais o trabalhador recebe uma contrapartida pelo seu trabalho). Mas também são consideradas as ocupações não remuneradas, como as donas de casa. Ou acaso vocês acham que não é trabalhoso ficar em casa e manter uma família? Então o censo nacional também considera esse tipo de ocupação, especialmente porque é uma das principais maneiras de trabalho sem registro ou de empregar meninas menores de quinze (15) anos. Este tipo de conhecimento vai nos servir para avaliar melhor as condições de vida da nossa população, mas também para que o nosso trabalho e o da nossa família e amigos sejam respeitados e valorados.

Saiba mais sobre Fordismo e Toyotismo  nesta aula do canal Evolucional, disponível no Youtube. Após assistir, revise o que você aprendeu respondendo aos nossos desafios!

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=i4703cGgY7s]

Desafios

Questão 1

Olhemos a próxima foto e tentemos relacionar o que foi explicado sobre o trabalho infantil e os direitos dos trabalhadores. Escolha a opção que considere mais acertada:

image003.jpg

Trabalho infantil. Disponível em:
<http://www.exploracaodotrabalhoinfantil.blogspot.com.br/>. Acessado em: 12/06/2012.

a) O trabalho infantil é um fenômeno econômico necessário em alguns países como resultado de escassa população apta para trabalhar, é também consequência de serem populações muito pobres.

b) O trabalho infantil é um fenômeno econômico já erradicado de todas as sociedades graças aos controles do Estado e pela implantação dos direitos dos trabalhadores.

c) Em algumas economias, o trabalho infantil continua existindo, em diversas porcentagens, devido à falta de regularidade por parte de algumas empresas e produtores, mas também por falta de controle e autoridade do Estado.

d) O trabalho infantil é um dos tantos casos de necessidades econômicas que surgem no sistema capitalista, não tem como ser erradicado já que vem existindo há muito tempo.

Questão 2

Estivemos trabalhando sobre as diversas lutas que foram realizadas pelos trabalhadores ao longo da história e de que maneiras as conquistas obtidas são hoje parte constitutiva dos direitos dos trabalhadores no nosso país e no mundo. Considerando esta temática, observemos a imagem do movimento sem terra e sua luta contra a criminalização dos movimentos sociais. Escolha a opção que você considere que explica melhor a atualidade dos movimentos de trabalhadores:

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Movimentos sociais de trabalhadores. Disponível em: <http://www.quimicosunificados.com.br/1816/actos-en-campinas-protestan-contra-tentativas-de-incriminacion-mst-y-movimientos-sociales/>. Acessado em: 12/06/2012.

a) Este tipo de manifestação dos movimentos sociais de trabalhadores não é concordante com nossa época atual já que temos atingido uma legislação apropriada sobre o trabalho que se encontra implantada e regulando o trabalho no Brasil

b) Os movimentos de trabalhadores têm cumprido o seu objetivo nos séculos passados, por isso hoje em dia são lembrados no dia 1 de maio. Sendo assim este tipo de movimento não tem razões reais para reclamar.

c) O movimento de trabalhadores, como o dos sem terra, é um tipo de organização social criada a partir do descontento dos trabalhadores. O seu principal objetivo é conseguir a satisfação das suas demandas para, posteriormente, diluir-se quando todos os seus integrantes voltem a trabalhar.

d) O movimento dos trabalhadores sem terra que aparece na imagem é um grupo social que se encontra realizando uma luta e reclamando por melhoras nas condições de trabalho e nas leis que o regulam. Em outros tempos históricos, este tipo de manifestação conquistou direitos que hoje são leis.

Questão 3

Visitando o blog Língua Ferina é possível ler uma excelente matéria do dia 5 de janeiro de 2012 sobre o trabalho escravo no Brasil. É comentado o registro que o Estado faz das empresas infratoras que contratam os trabalhadores em condições infra-humanas, as multas que lhes são impostas e os tipos de atividades que se caracterizam por apresentar trabalho escravo. Vejamos uma imagem de promoção desta atividade governamental de registro de trabalhadores e um trechinho do texto da matéria.

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"A “lista suja” de pessoas físicas e jurídicas flagradas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em ato de exploração de mão de obra análoga à escrava foi acrescida de 52 nomes em 2011, totalizando o número recorde de 294 infratores. Segundo o ministério, nunca houve tanta irregularidade ao mesmo tempo. O cadastro é utilizado pelas indústrias, varejo e exportadores para a aplicação de restrições e para não permitir a comercialização dos produtos oriundos do uso ilegal de trabalhadores. O Pará lidera a lista, com nove inclusões, devidas ao trabalho de desmatamento da mata amazônica".

Língua Ferina. Disponível em: <http://candidoneto.blogspot.com.br/2012/01/trabalho-escravo-lista-suja-tem-recorde.html> Acessado em: 12/06/2012.

Destas informações, podemos deduzir que:

a) A melhor maneira de encontrar e erradicar o trabalho escravo é por meio da identificação de pessoas físicas e jurídicas, ou seja, empresas e indústrias, que contratam nessas condições. Impor uma multa e assim, eventualmente, acabar com as condições infra-humanas de trabalho.

b) As estratégias efetuadas pelo Estado não têm efeito sobre o número de contratados em condições de trabalho escravo, o que leva como consequência a proliferação das atividades econômicas que se caracterizam por esse tipo de trabalho.

c) As atividades responsáveis em número de registros do trabalho escravo são de exploração e extração de matérias-primas, neste caso, o desmatamento da mata amazônica. Se o Estado eliminasse esse tipo de atividades, o trabalho escravo ficaria erradicado.

d) O registro e identificação de pessoas físicas e jurídicas que contratam pessoas em condições de trabalho escravo é uma das estratégias que o Estado desenvolve, junto com a aplicação de restrições de venda e compra, assim como a imposição de multas. Ainda assim o número de registros é muito alto.

Questão 4

Temos trabalhado na nossa aula sobre um conjunto de mudanças e modificações de leis, regras e condições de contratação de trabalho denominado "flexibilização". Esta mudança de modelo econômico foi adotada por vários países na América Latina, como Uruguai, Paraguai, Argentina, Brasil, etc. Ela teve como principal objetivo a modificação de vários direitos dos trabalhadores, como o tipo de contratação, que fez que as condições para as atividades de produção e venda de grandes empresas multinacionais parecessem mais favoráveis. Embora tenha atraído vários capitais estrangeiros para investir nesses países, alguns dos direitos trabalhistas que tinham sido conquistados ao longo do tempo foram suspensos ou simplesmente modificados na hora.

Utilizando esta breve resenha, vamos relacionar a "flexibilização" com o processo de conquista histórica dos direitos dos trabalhadores. Assim podemos estabelecer que:

a) O caráter de processo histórico que tem a evolução dos direitos dos trabalhadores exibe avanços e retrocessos no seu reconhecimento. Isto faz com que a interação entre os movimentos de trabalhadores e o Estado seja, por momentos, conflitiva e, em outros, harmoniosa.

b) A "flexibilização" é um exemplo de que os direitos dos trabalhadores não têm status reconhecido pelo Estado, em consequência são modificados segundo o governo acredite apropriado e proveitoso em termos econômicos.

c) Tanto a "flexibilização" como o reconhecimento dos direitos dos trabalhadores ao longo do tempo demonstra que o capital, as empresas internacionais e os grandes homens de negócios são os que decidem o tipo de economia do país. Eles também escolhem quais leis devem ser mudadas e aquelas que serão mantidas, segundo os seus interesses.

d) A experiência histórica da "flexibilização" e a progressiva conquista dos direitos do trabalho são processos que demonstram que o ator de maior importância é o Estado. Já que ele acaba decidindo as condições que vão beneficiar os trabalhadores, por meio do reconhecimento dos direitos, ou o capital e as empresas, por meio da mudança dos itens prévios.

 Você consegue resolver estes exercícios? Então resolva e coloque um comentário no post, logo abaixo, explicando o seu raciocínio e apontando a alternativa correta para cada questão. Quem compartilha a resolução de um exercício ganha em dobro: ensina e aprende ao mesmo tempo. Ensinar é uma das melhores formas de aprender!

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História Enem – Entradas e Bandeiras: expedições da conquista e ocupação do interior do Brasil. Veja!

Posted: 30 Apr 2015 03:29 PM PDT

Entradas e Bandeiras. Quem já não ouviu estas palavras desde os primeiros anos de história do Brasil? Você sabe ‘na ponta da lingua’ o que foram as Entradas e Bandeiras, e também as ‘monções’?. Não? – Então, e hora de revisar. Vamos lá:

Entradas – Enquanto o Nordeste brasileiro progredia graças aos engenhos de açúcar, a vila de São Paulo era um lugar pobre. No início do século XVII, os paulistas dedicavam-se à agricultura para o consumo local e à criação de animais. Cultivavam o trigo (principal produto), a cana, o milho, o algodão, o feijão e a mandioca e criavam porcos e galinhas.

O trabalho nas lavouras era quase todo feito por escravos indígenas, já que os paulistas não tinham recursos para comprar os caros escravos africanos.  A constante falta de mão de obra para este trabalho fez com que os colonos organizassem expedições para capturar indígenas, as chamadas expedições de apresamento.

entradas e bandeirasO nome bandeira deriva de um costume Tupi: à frente das expedições erguia-se uma bandeira em sinal de guerra, e por isso, seus membros ficaram conhecidos como bandeirantes.

O tamanho das bandeiras variava: de vinte ou trinta homens até dois mil. Participavam de uma grande bandeira um ou dois sertanistas experientes, alguns brancos jovens, vários mamelucos e centenas de índios (usados como guias, cozinheiros, guerreiros e carregadores).sertão bandeirantes

Os bandeirantes caminhavam descalços por extensos territórios. O cavalo só passa a ser utilizado por volta de 1625. Na imagem ao lado podemos analisar sua vestimenta: calça com a barra dobrada, camisa, jaleco simples e chapéu de palha trançada.  Carregavam também um mosquete.

As imagens acima foram retiradas do livro: BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História: sociedade & cidadania 8º. ano. ed. reformulada. São Paulo: FTD, 2012. p. 31 e 43.

Inicialmente os bandeirantes faziam incursões para capturar indígenas nas aldeias próximas à vila de São Paulo. À medida que os indígenas foram fugindo para locais distantes, procurando proteção, os bandeirantes adentravam cada vez mais para o interior da colônia.

Você sabia que um dos principais alvos para a captura de indígenas eram as missões jesuíticas?  Pois é, lá os bandeirantes encontravam uma grande concentração de indígenas acostumados à disciplina de trabalho estabelecida pelos jesuítas.  

Dica do Blog –  Que tal rever o conteúdo sobre as missões jesuíticas no Brasil? É importante para você entender porque os bandeirantes resolveram capturar os indígenas das missões. Acesse aqui as Missões Jesuíticas.

As invasões dos bandeirantes às missões provocaram diversas disputas entre jesuítas – que eram contrários à escravização indígena – e bandeirantes.

Sertão

Fonte: EDITORA MODERNA. Projeto Araribá: História 8º. ano. 2 ed. São Paulo: Moderna, 2007. p. 18.

Além de aprisionar indígenas, os bandeirantes utilizavam os caminhos do interior para procurar metais e pedras preciosas. Entre fins do século XVII e início do século XVIII, encontraram ouro nos atuais Estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.  Observe o mapa:

Sertão

Fonte: BRAICK, Patrícia Ramos. Estudar História: das origens do homem à era digital 7º. ano. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2011. p. 20.

Também havia o sertanismo de contrato. Senhores de engenho e autoridades do governo português contratavam os bandeirantes para combater indígenas rebeldes e destruir quilombos (lugar onde os escravos foragidos se escondiam).

Entradas – Diferentemente das bandeiras – expedições organizadas e financiadas por particulares – as entradas eram expedições organizadas pela Coroa portuguesa. O objetivo era: explorar o interior da colônia, defender a região açucareira dos ataques de índios e piratas europeus e procurar ouro e pedras preciosas. Elas partiam do litoral nordestino em direção ao interior.

Monções – As monções eram expedições fluviais paulistas que partiam de Porto Feliz (Rio Tietê) com destino às áreas mineradoras. O objetivo era levar mantimentos, armas, munições, tecidos, instrumentos agrícolas e escravos para serem vendidos.

Sertão

Fonte: BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História: sociedade & cidadania 8º. ano. ed. reformulada. São Paulo: FTD, 2012. p. 33.

Canoas de uma monção em Porto Feliz, a caminho de Cuiabá. Obra de Oscar Pereira da Silva. 1826.

Fique atento! Ao penetrar no sertão (interior) em busca de indígenas, riquezas, abastecer as áreas mineradoras ou destruir quilombos, as bandeiras, as entradas e as monções contribuíram para ampliar as fronteiras da América portuguesa para além do Tratado de Tordesilhas.

Dica do Blog do Enem – Quer saber um pouco mais sobre o Tratado de Tordesilhas? Então acesse aqui este post especial que o Blog do Enem preparou para você.

 Vamos rever todo este conteúdo? Assista a este vídeo da TVBrasil e fique atento às cenas que aparecem sobre os bandeirantes e aos comentários atuais dos historiadores sobre as bandeiras.  

Exercício – Agora teste seu conhecimento. Responda a esta questão de vestibular que o blog do Enem preparou para você!

(FATEC) Bandeiras eram:

a) (     ) expedições  de portugueses que atraíam as tribos indígenas para serem catequizadas pelos jesuítas.
b) (     ) expedições organizadas pela Coroa com o objetivo de conquistar as áreas litorâneas e ribeirinhas do país.
c) (     ) expedições particulares que aprisionavam índios e buscavam metais e pedras preciosas.
d) (     ) movimentos catequistas liderados pelos jesuítas e que pretendiam formar uma nação indígena cristã.
e) (     ) expedições financiadas pela Coroa cujo objetivo era exclusivamente descobrir metais e pedras preciosas.

Resposta: A alternativa correta é a letra "c".

Carla Regina História
O texto desta aula foi preparado pela professora Carla Regina da Silva para o Blog do Enem. Carla é formada em licenciatura e bacharelado em História pela UFSC. https://www.facebook.com/carla.regina.779.

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