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- Tipos de microscópios – Biologia Enem
- Por que as células são tão pequenas? – Biologia Enem
- Política e democracia no Brasil – Aula de Sociologia Enem
- Direitos, Cidadania e Movimentos Sociais – Sociologia Vestibular e Enem
Tipos de microscópios – Biologia Enem Posted: 13 Mar 2016 09:08 PM PDT Biologia Enem: As células são estruturas muito pequenas – possuem, em geral, entre 0,1mm e 0,01mm. Portanto, a maioria é invisível a olho nu. Assim, só foi possível observá-las e estudá-las a partir da invenção do microscópio.O primeiro microscópio óptico foi produzido em 1590 por Hans Janssen e seu filho, Zaccarias, dois holandeses fabricantes de óculos. Porém, tudo indica que o primeiro a realizar, alguns anos depois, observações biológicas com um microscópio foi o neerlandês Antonie van Leeuwenhoek. Leeuwenhoek visualizou sêmen, sangue e comprovou a existência de microrganismos. Mas, a denominação célula foi criada em 1665, pelo cientista Robert Hooke ao observar pequenas cavidades presentes na cortiça. Figura 1: Microscópio óptico de Robert Hook. Créditos da imagem: Science and Society Museum
Hoje, os microscópios ópticos foram muito aperfeiçoados e surgiram microscópios ainda mais potentes: os microscópios eletrônicos. Você conhece os tipos de microscópio? Sabe como funcionam? Não? Então vem com a gente revisar Biologia para arrasar no Enem!
Dica 1: Você sabe o porquê de as células serem tão pequenas? Saiba mais sobre isso clicando aqui.
Microscópio óptico ou de luz: Os microscópios ópticos inventados há mais de 400 anos pelos holandeses Janssen são, até hoje, os mais utilizados para estudos celulares. São compostos por dois tipos de lentes: as oculares (comumente possuem um aumento de 10x) e as lentes objetivas, geralmente um jogo contendo quatro lentes (que comumente possuem 4x, 10x, 40x e 100x de aumento). Para termos o aumento total de um microscópio devemos multiplicar a potência das oculares pela das objetivas. Atualmente há microscópios ópticos que podem atingir um aumento de até 1500 vezes. Para que possamos visualizar um objeto através do microscópio óptico, é necessário que um feixe de luz atravesse o material e atinja a lente. Sendo assim, os objetos vistos através do microscópio óptico devem ser extremamente finos. Para isso, o material deverá ser cortado com uma lâmina de barbear ou com um aparelho especial, chamado de micrótomo. Além disso, muitas vezes as células são coloridas artificialmente, para gerar contrastes e facilitar a sua visualização. Para corar o núcleo, por exemplo, pode-se utilizar o metileno, que dá cor azul. Figura 2: Microscópio óptico ou de luz
Microscópio eletrônico de transmissão (MET): O microscópio eletrônico de transmissão foi inventado em 1931 pelo alemão Ernest Ruska. Este instrumento utiliza um feixe de elétrons para atravessar o material e obter a visão de "cortes" superfinos. Após atravessar o material, alguns feixes são refletidos e capturados por lentes eletromagnéticas que produzirão uma imagem ampliada de até 500 mil vezes. Isso permite que sejam visualizadas todas as organelas celulares e até mesmo detalhes da membrana plasmática de uma célula. A desvantagem deste microscópio em relação ao microscópio óptico é que não é possível visualizar células vivas e as imagens obtidas são em preto e branco. A invenção do microscópio eletrônico permitiu o desenvolvimento da citologia. Figura 3: Operadora utilizando um microscópio eletrônico de transmissão
Microscópio eletrônico de varredura (MEV): O microscópio eletrônico de varredura possui funcionamento semelhante ao de transmissão. Porém, neste caso, o material biológico precisa ser desidratado ou congelado através de criogenia. Em alguns, casos, é necessário metalizar o material. O microscópio eletrônico de varredura produz imagens da superfície dos objetos, formando imagens tridimensionais. Figura 4: Microscópio eletrônico de varredura
Microscópio eletrônico de tunelamento: Microscópio capaz de aumentar 100 milhões de vezes uma estrutura. É utilizado para visualizar átomos e moléculas. Figura 5: Neutrófilo (glóbulo branco) e hemácias vistos sob três microscópios diferentes: microscópio óptico, microscópio eletrônico de transmissão e microscópio eletrônico de varredura
Para finalizar sua revisão, veja esta videoaula do professor Fernando Francisco Pazello Mafra, do canal EcolaCVI: https://www.youtube.com/watch?v=rv_xL2tT0I0
Agora que você já sabe tudo sobre os tipos de microscópios, que tal testar seus conhecimentos?
01 – (UFAL/2002) As afirmações abaixo relacionam-se com o Histórico da Citologia e com os métodos utilizados nesse ramo da Biologia.
00. Aristóteles, que viveu de 384 a 322 a.C., foi o primeiro a descrever, com detalhes, uma célula. 01. A Teoria Celular, de autoria de Schleiden e Schwann, afirma que todos os seres vivos, inclusive os vírus, são formados por células. 02. Um dos instrumentos muito utilizados em estudos citológicos é o microscópio óptico. Uma lâmina contendo uma gota de sangue humano é observada ao microscópio com uma objetiva de 40X e ocular de 5X. Desse modo, uma hemácia é vista com um aumento de 200 vezes. 03. O microscópio eletrônico permite observar células com aumentos superiores a 100 000 vezes e é capaz de mostrar a estrutura detalhada de células procarióticas e eucarióticas. 04. Os corantes constituem uma ferramenta muito eficaz para evidenciar certas estruturas celulares. Assim, se for utilizada uma solução alcoólica de iodo para observar células vegetais vivas, pode-se ter certeza de que elas permanecerão vivas durante o estudo.
Gab: FFVVF
02 – (Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública/2013) Nossa capacidade visual depende primordialmente do cristalino, uma espécie de lente dos nossos olhos. Essa estrutura tem suas limitações. Nas melhores condições, não podemos enxergar, a olho nu, nada menor do que dois décimos de milímetros, o que equivale a 200 micrômetros. Para observar objetos nessa escala micrométrica, temos que fazer uso de microscópios, desde os mais simples, como os utilizados em laboratórios escolares, até os mais sofisticados microscópios eletrônicos. Todos esses microscópios usam algum tipo de sistema de lentes para convergir luz visível (lentes ópticas) ou feixes de elétrons (lentes magnéticas) e formar uma imagem em um plano focal perceptível a olho nu. (SANTOS, 2012) SANTOS, C. A. Microscopia às cegas. Disponível em:
A união da eletrônica à biologia ampliou a possibilidade de conhecer o mundo vivo em seus níveis mais fundamentais que as limitações do aparelho visual humano não permitiam — o mundo microscópico.
Sobre as investigações nesse campo, é correto afirmar:
01. O microscópio eletrônico, ao possibilitar a visualização da membrana plasmática, ofereceu os fundamentos para a formulação de um modelo para essa estrutura celular, que inclui fosfolipídios e proteínas no arranjo de mosaico fluido. 02. A microscopia óptica e a eletrônica permitem analisar a dinâmica dos processos de diferenciação celular, como a formação de uma célula nervosa, por exemplo, em tempo real. 03. A identificação de organelas citoplasmáticas dimensionadas no nível micrométrico foi uma conquista tecnológica do uso de elétrons como fonte de iluminação para observação de células procarióticas vivas. 04. O poder de ampliação do microscópio eletrônico possibilitou, pela primeira vez, a visualização de cromossomos em células tratadas com colchicina e consequente análise de um cariótipo. 05. A observação do núcleo como compartimento integrante da célula eucariótica só foi possível a partir de 1950, com a utilização de aparelhos que ampliam imagens entre 5 mil e 100 mil vezes.
Gab: 01
03 – (UNIMONTES MG/2007) Na natureza existem elementos e seres vivos de diferentes dimensões. A figura abaixo ilustra a dimensão de alguns componentes da vida na Terra. Analise-a.
De acordo com a figura e o assunto abordado, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa CORRETA. a) II representa microrganismos visualizados exclusivamente com microscopia óptica. b) I representa microscopia eletrônica. c) As proporções entre vírus e bactérias são muito semelhantes. d) A estrutura de uma mitocôndria é dez vezes maior que a de uma proteína.
Gab: B Os textos e exemplos acima foram preparados pela professora Juliana Santos para o Blog do Enem. Juliana é formada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Catarina. Dá aulas de Ciências e Biologia em escolas da Grande Florianópolis desde 2007. Facebook: https://www.facebook.com/juliana.evelyndossantos. O post Tipos de microscópios – Biologia Enem apareceu primeiro em Blog do Enem. |
Por que as células são tão pequenas? – Biologia Enem Posted: 13 Mar 2016 07:30 PM PDT Biologia Enem: As células são estruturas muito pequenas. Em geral, elas possuem entre 10 e 100 micrômetros, ou seja, entre 0,01mm e 0,1mm. Dessa maneira, a maioria das células é invisível a olho nu. Você sabe o porquê de as células serem tão pequenas? Sabia que existem algumas poucas células que podem ser vistas a olho nu? Não? Então vem com a gente revisar biologia para arrasar em Ciências da Natureza no Enem!Tamanho das células: Os seres humanos são capazes de distinguir objetos bem pequenos – com no mínimo 0,1mm. Mas, como falei aí em cima, as células são muito pequenas e, em geral, menores que 0,1mm. Se elas já são pequenas, imagine suas estruturas internas! Estas pequenas dimensões celulares se devem à necessidade de manter uma determinada razão entre o volume e o tamanho da célula. Quando a superfície de uma célula aumenta, seu volume aumenta em uma proporção maior. Se o diâmetro de uma célula aumenta dez vezes, seu volume aumentará mil vezes. Isso faz com que a célula necessite de muito mais alimento. Além disso, com o aumento do diâmetro, sua superfície também aumenta cerca de cem vezes. Isso amplia a capacidade da célula de absorção de nutrientes e gases em cem vezes, porém, não é o suficiente para suprir todo esse aumento de volume (de mil vezes). Assim, a célula aumenta seu volume até certo ponto durante um período de crescimento. Quando chega ao limite, a célula irá se dividir por mitose, restaurando seu tamanho original. Por conta desse limite, durante o crescimento de um ser pluricelular o seu aumento de tamanho se dará em número de células e não no tamanho das células. Assim, se você comparar um adulto 1,5 metro e um adulto de 1,80 metro, você constatará que o adulto maior tem mais células que o adulto menor, porém as células de ambas as pessoas terão o mesmo tamanho. Este fato pode ser enunciado pela lei de Driesch ou lei do volume celular constante: "Em indivíduos da mesma espécie e com mesmo grau de desenvolvimento, células do mesmo tecido são do mesmo tamanho". Formato das células: O formato das células varia bastante, mesmo em um organismo pluricelular, como os seres humanos. Cada célula terá um formato adaptado à função que ela exerce em determinado tecido ou em um ambiente. Esse formato celular é controlado pelos genes que moldarão sua membrana celular, seu citoesqueleto e sua parede celular (no caso de células plantas, bactérias e fungos). O formato de uma célula poderá também ser influenciado por fatores ambientais. Alguma célula é visível a olho nu? Sim. Existem algumas poucas células que podem ser vistas a olho nu. Veja alguns exemplos: Bactéria gigante: Existem três espécies de bactérias gigantes descritas. A maior delas é a Thiomargarita namibiensis, uma bactéria quimiossintética anaeróbica facultativa descoberta em uma sonda de exploração petrolífera na Namíbia em 1997. Essa bactéria possui incríveis 0,75mm de tamanho. As Thiomargarita namibiensis conseguem ter esse tamanho todo porque possuem vários mesossomos (dobras de membrana) que aumentam sua superfície e muitas cópias do seu DNA, conseguindo produzir proteínas em vários pontos de seu hialoplasma. Figura 1: Thiomargarita namibiensis, uma bactéria gigante de 0,75mm
Ameba gigante: A ameba Gromia sphaerica é um protista que pode chegar a 1,2cm de diâmetro. Esta ameba vive no solo do mar das Bahamas. Figura 2: Gromia sphaerica, ameba gigante de 1,2cm
Alga unicelular gigante: As algas protistas do gênero Acetabularia são incrivelmente compostas por uma única célula que pode ter até dez centímetros de comprimento. Figura 3: Alga Acetabularia, composta de uma única célula pode atingir até 10 cm de comprimento
Ovócito humano: O ovócito humano e o óvulo podem atingir até 0,1mm de diâmetro. Figura 4: Ovócito humano
Para finalizar sua revisão, veja esta interessante videoaula produzida pela Universidade Estadual de Campinas: https://www.youtube.com/watch?v=FULh4hXgEAk
Agora que você já sabe tudo sobre o tamanho e formato das células, que tal testar seus conhecimentos?
01 – (UEM PR/2010) Identifique o que for correto sobre microscópios e a sua relação com o estudo das células.
01. A constituição lipoproteica da membrana plasmática só foi confirmada após a sua visualização no microscópio óptico. 02. Se um microscópio apresentar poder de resolução de 0,1mm, este poder será 1000 vezes maior que o poder de resolução do olho humano nu, igual a 0,1mm. 04. A ampliação final de uma célula vista em um microscópio composto será de 300 vezes, se na ocular estiver marcado 6X e na objetiva 50X. 08. Segundo a Teoria Celular, todas as células, de qualquer organismo vivo, só podem ser visualizadas com o auxílio de microscópios. 16. A imagem final de uma célula vista ao microscópio composto é virtual, invertida e ampliada em relação ao objeto inicial.
Gab: 22
02 – (UEG GO/2006) Considere a tabela a seguir sobre a relação entre a área e o volume celular e responda:
a) Por que, de uma forma geral, as células são microscópicas? b) Cite um exemplo de uma célula que constitui exceção a essa regra.
Gab: a) Porque quanto menor, maior a área de superfície de contato, o que facilita a relação entre as células e com o meio que as abriga. b) Ovócito humano. Os textos e exemplos acima foram preparados pela professora Juliana Santos para o Blog do Enem. Juliana é formada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Catarina. Dá aulas de Ciências e Biologia em escolas da Grande Florianópolis desde 2007. Facebook: https://www.facebook.com/juliana.evelyndossantos. O post Por que as células são tão pequenas? – Biologia Enem apareceu primeiro em Blog do Enem. |
Política e democracia no Brasil – Aula de Sociologia Enem Posted: 13 Mar 2016 03:17 PM PDT Boas-vindas a esta aula de filosofia e sociologia. Desta vez vamos trabalhar o conceito de Estado moderno, dos seus poderes, das suas atribuições, da sua excepcionalidade que fazem dele a instituição máxima da organização social. O tema da nossa aula é a política e a democracia no Brasil. Assim, além de trabalhar estes conceitos e problemáticas, é necessário utilizar esta aula para poder refletir sobre o que a maior parte das pessoas pensa sobre a política e a posição de cada um de nós. Vamos entender como são os sistemas de governo e vamos voltar um pouco na história do nosso país para compreender um pouco melhor por que as coisas são como são atualmente. Vamos aplicar a perspectiva da sociologia histórica para reconstruir algumas questões políticas atuais por meio do passado. Lembremos sempre que o nosso principal objetivo é conquistar a prova do ENEM e conseguir responder todas as perguntas com segurança e confiança. Mas, também este tipo de conteúdo se aplica a nossa vida cotidiana, de todos os dias, então é preciso prestar atenção, para aprender mais sobre os nossos direitos e a importância que cada um de nós tem no conjunto da sociedade. Então, vamos lá? Profa. Magali Alloatti. O que você precisa saber sobre a política em geral: Governo, órgãos e poderes.É muito comum ouvir das pessoas que não estão interessadas na política, que elas não têm muito a ver com as decisões tomadas pelas autoridades eleitas e que não têm a capacidade de agir sobre essas decisões ou mudá-las. Estes tipos de expressões são entendidos pela sociologia como representações, ou seja, ideias que as pessoas têm de como as coisas funcionam ou de como as coisas são. E este tipo de representações sobre a politica não estão muito acertadas, geralmente pela falta de conhecimento sobre como funciona o nosso sistema político. E este é o tema da nossa aula. Vamos trabalhar sobre a política e a democracia no Brasil. Para começar temos que definir o tipo de governo que temos no nosso país, já que existem outros diferentes. Vamos utilizar a definição de Norberto Bobbio que explica que, por Governo, podemos entender diferentes coisas, mas se o colocamos junto com o Estado Moderno, o conceito de Governo é a condução ou o desenvolvimento do poder do Estado. O Governo se encontra conformado por: um chefe de Estado (pode ser um rei, como nos países de tradição de monarquia, como Inglaterra, Espanha, Holanda) ou um presidente, como é no caso de países que não mantêm essa tradição. Temos também um conselho de ministros que são dirigidos pelo chefe de Governo. Em países que têm tradição monárquica (ou seja, que mantêm personalidades como Rei e Reina), o chefe de Estado é o Rei e o Chefe de Governo é referido como Primeiro Ministro. Em outros casos, em países que têm só o presidente, as duas funções são exercidas pelo mesmo cargo ou pessoa. Existe uma maneira clássica de dividir ou classificar as formas de governo, que foi estabelecida por Aristóteles (384 a. C. – 322 a. C). Podem ser formas boas ou más, divisão que é aceita pela maior parte dos pensadores da sua época e das ciências sociais atuais. As boas formas de governo podem ser: – Monarquia – governo do Rei. – Aristocracia, governo dos aristocratas, ou seja, os grupos de aristocratas, indivíduos cultos e despreocupados pelas questões econômicas. – Democracia, cuja raiz demos equivale a povo, e cratos pode ser entendido como governo ou poder. Ou seja, a democracia é o governo do povo, de todas as pessoas em condições de participar do processo político eletivo de autoridades. Foram estabelecidas também mais três formas de governo, que são entendidas como degenerações das formas boas. Classificadas em: – tirania, corresponde ao poder único, como o caso do Rei ou de um mandatário só. – oligarquia: poder reunido em poucas mãos, ou seja, em um grupo reduzido de pessoas que se orientam por interesses pessoais ou do seu grupo, sem pensar nos interesses do povo. – demagogia: sistema de governo que possui o apoio da população geral baseado na propagação de preconceitos, medos, ameaças e manipulação ideológica. O Governo geralmente se concebe como dividido em poderes: judiciário, legislativo e executivo, mas em realidade é uma divisão em órgãos e funções. Entre estes é preciso um equilíbrio de forças, maneiras pelas quais seja possível manter uma distância entre eles, para que o exercício das funções não seja comprometido pela influência de um órgão sobre outro. Sobre a democracia em geral. No caso do Brasil e de quase todos os países há um sistema de governo que é democrático, ou seja, o governo do povo. Todos nós escolhemos por meio do voto nas eleições os representantes que vão nos governar. Existe mais uma divisão de sistemas de governo ao interior da democracia. Podemos reconhecer um tipo de democracia parlamentarista, em países que têm dividido as funções de chefe de Estado e chefe de Governo, e onde o parlamento – escolhido diretamente pelo voto popular – tem uma importância crucial porque é ele quem escolhe o poder executivo. Por outro lado, temos um tipo de democracia presidencialista, onde as funções ou cargos de chefe de Estado e chefe de Governo coincidem na mesma pessoa. Ali o executivo é eleito de maneira direta pelo voto popular, sendo este o sistema que temos no Brasil e em quase em todos os países de América Latina. Existe uma variante que é a democracia semipresidencialista, que apresenta um equilíbrio maior de forças entre o parlamento e o executivo, em que as câmeras legislativas têm mais influência na hora de limitar as ações do executivo. Dica 1 – Relembre tudo sobre o Estado Moderno e o Poder do Estado em mais esta aula de revisão para a prova de Sociologia Enem. Estude com a gente e fique preparado! – http://blogdoenem.com.br/estado-moderno-e-o-poder-estado-sociologia-enem/As maneiras nas quais a democracia é realizada, ou seja, como é efetuado o voto e constituída a representação, também apresenta variantes. A democracia tem sua origem em Atenas na Grécia antiga, nesse caso tratava-se de uma democracia direta. Ou seja, que o governo do povo era exercido diretamente pelo povo, por meio de uma deliberação de todos sobre cada tema que diz respeito ao bem-estar público. É muito duvidoso que efetivamente tenha funcionado este sistema, especialmente porque poucas pessoas eram cidadãos. Isso quer dizer que não todas as pessoas que faziam parte de Atenas eram aqueles que debatiam e decidiam sobre as questões de natureza pública. Nos tempos atuais podem ser mencionados duas variantes: a democracia representativa e a democracia semirrepresentativa. A primeira é aquela mais conhecida e praticada no mundo, por meio de eleições estabelecidas em períodos definidos, todos os cidadãos participam exercendo a sua autoridade por meio do voto, para escolher as pessoas que vão representá-los nos cargos determinados. Geralmente temos eleições executivas em diversos graus (presidente, governador, prefeito) e legislativas também em seus níveis (estadual e nacional). A democracia semirrepresentativa é, basicamente, igual à representativa, mas a população é consultada por alguns temas em particular por meio de mecanismos constitucionalmente estabelecidos: referendum; iniciativa popular e plebiscito. A democracia tem sido sempre um tema de muita preocupação ao longo do tempo, pelas suas possíveis variantes assim como acertos e erros históricos que têm acontecido. Para muitas pessoas as eleições não parecem uma instância de verdadeira escolha de autoridades, às vezes as pessoas se sentem desiludidas por políticos que "compram" os votos por meios demagógicos. Por outra parte, um efeito que é comum acontecer é que o único momento de exercício político sejam as eleições, produzindo um afastamento no tempo entre a pessoa que votou e o político que foi eleito. Assim, o pressuposto de representação vai perdendo peso, já que a pessoa sente que depois de dois ou três anos, talvez não escolheria o mesmo político. Em outros casos, as pessoas escolhem um político que se apresenta de uma maneira e depois realiza práticas contrárias ao seu discurso. Ou seja, a pessoa não se sente representada por ele. Em outras palavras, o político não está agindo ou decidindo da maneira que a pessoa faria. A preocupação com a democracia é muito importante, já que é o sistema mais utilizado em todos os países, além dos erros e desacertos que existam. E é o único sistema que permite a participação de todos os cidadãos. Como produtos desta preocupação foram formuladas duas variantes da democracia: a deliberativa e a participativa. A primeira delas enfatiza o processo deliberativo – a discussão e o diálogo – na tomada de decisões, diminuindo em parte a importância das eleições como único meio de participação. A democracia participativa procura gerar e promover espaços intermediários de participação dos cidadãos na decisão e, especialmente, avaliação de políticas e programas do Estado. Dica 2 – Nesta aula de Sociologia Enem, vamos estudar sobre o filósofo francês Jean-Jacques Rousseau e suas principais obras – http://blogdoenem.com.br/jean-jacques-rousseau-sociologia-enem/A combinação e interação entre estas variantes da democracia têm aumentado muito nos últimos anos, especialmente em países com problemáticas de natureza social e política. A interação entre estas variações da democracia permite ampliar a base de legitimidade de um país e de um governo, criando possibilidades para que os cidadãos consigam se expressar e participar em situações que vão além das eleições. A vontade política de um governo é o principal fator que pode fazer com que uma população inove nas maneiras de participar, criando espaços, canais, formas de participação. Bem organizados esses espaços e debates, pode ser gerada uma base muito forte de legitimidade e apoio para o governo e as políticas públicas de Estado. Democracia no Brasil.A constituição do Brasil de 1988, artigo 14, estabelece como condições do exercício democrático: "A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: I – plebiscito; II – referendo; III – iniciativa popular". É necessário esclarecer que estas condições de exercício democrático e o respeito pela vontade popular como a fonte de legitimidade do governo, e as suas ações, foram dificilmente constituídas ao longo da nossa história como país e como nação. E, em alguns momentos, como na ditadura militar iniciada no ano 64, esses direitos e condições foram completamente suspensos, junto com outros direitos constitucionais. ‘313O processo por meio do qual a democracia consegue se afiançar na população é complexo, já que é preciso que as pessoas acreditem que efetivamente seja um modelo que funciona e que respeita os seus desejos. À medida que as pessoas percam essa confiança, a legitimidade de um governo se dilui até perder a capacidade de ordenar a sociedade. Na época colonial no Brasil, tínhamos uma democracia mais parecida com uma aristocracia, no sentido que o direito ao voto era somente para homens de bem, proprietários de terra e com família de estima social, que em assembleias escolhiam as autoridades. Temos assim um fenômeno bem conhecido nas democracias da América Latina: uma relação muito próxima entre elites e direitos políticos. Isto acaba reproduzindo as relações de dominação social e propriedade econômica. É importante entender bem este fenômeno já que por meio dele foi possível manter condições legais que promoviam modelos econômicos, favorecendo apenas algumas pessoas. Por exemplo, dessa maneira foi mantido o sistema de escravatura muito depois de ter sido abolido em outros países da América Latina. A intervenção por parte de elites socioeconômicas dos mecanismos democráticos se manteve como padrão ao longo da história brasileira, até o Governo de Getúlio Vargas, que teve como inciativa uma ampliação do processo de constituição da democracia no Brasil. Os conflitos gerados com grupos de elites de poder socioeconômico dificultou o enraizamento da democracia como uma prática política da sociedade como um todo. Isto chegou à sua máxima expressão com a ditadura militar, que suspendeu diretamente todas as garantias e condições constitucionais. Mas a ditadura não foi recebida de maneira passiva por parte da população, a experiência histórica de um governo militar tem gerado consciência da importância da democracia no exercício do governo. De certa forma é possível pensar que o processo de redemocratização começou antes da queda do governo militar, o que pressupõe uma valiosa atitude de resistência por parte de alguns grupos da população muito significativos. Uma clara expressão disto foi o movimento social "Diretas já", nos anos 1983-1984, que procurava a instauração das eleições democráticas diretas. Com suas origens fundadas no Partido do Movimento Democrático Brasileiro, o seu líder, Tancredo Neves, foi eleito no ano seguinte, 1895, por eleições indiretas, sucedido por Sarney após a sua morte. Foi necessário esperar até 1989 para voltar ao mecanismo de eleições diretas, com sucessão de presidentes democraticamente eleitos, iniciada por Collor de Mello e sucedido por Itamar Franco, Fernando Henrique Cardozo, Luiz Inácio Lula da Silva e atualmente Dilma Rousseff. Entretanto, a democracia no Brasil tem mudado em outras dimensões. Tem se tentado afiançar o tipo de democracia participativa e deliberativa, aproveitando a conformação e fortalecimento de movimentos sociais que têm aparecido nos últimos anos. Essas variantes da democracia procuram vários fins, entre eles a descentralização da tomada de decisões, promovendo uma pluralidade de vozes e de atores, tentando incorporar as opiniões e necessidades de vários setores da sociedade. Procura também uma maior legitimidade democrática do governo, fortalecendo a sua presença e sua autoridade na hora de exercer o poder, alimentando relações mais próximas com a sociedade. Busca também uma avaliação e aperfeiçoamento constante das medidas políticas, econômicas, sociais e culturais que são formuladas e aplicadas. A questão central aqui é pensar em termos de distância institucional, ou seja, as maneiras que temos de nos comunicar com o governo para poder expressar descontentamento, desaprovação ou aprovação. Assim, tem sido criada uma série de espaços, mecanismos, ferramentas e calendários para a interação e o diálogo entre o Estado e diversos movimentos sociais, com o objetivo de consolidar o ideal da democracia mencionado. A conjunção das variantes de democracia procura dar maior sustentação e força institucional a uma nova ordem social construída "desde abaixo". O Brasil foi pioneiro na conformação de espaços de debate democráticos com o Foro Social Mundial, realizado no ano de 2001, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, onde foi exposta uma série de preocupações sobre uma "globalização diferente", tentando discutir com uma estruturação econômica, social e geopolítica, que de certa forma iria a reproduzir desigualdades já existentes. Dica 3 – Estude sobre Escola, Religião e Família em mais esta aula de revisão para Sociologia Enem. O Exame Nacional do Ensino Médio está chegando! – http://blogdoenem.com.br/escola-religiao-e-familia-sociologia-enem/O Brasil tem desenvolvido e aperfeiçoado mecanismos e espaços para a consulta popular e participação direta dos brasileiros em algumas decisões de Estado, programas de ajuda social, programas de desenvolvimento econômico, orçamentos participativos, entre outros. Diversos movimentos sociais estão participando, cada um defendendo como prioridade as suas preocupações e interesses na formulação de políticas públicas, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), políticas afirmativas de diferenças raciais e de minorias sexuais, plano de expansão das universidades públicas, o ProUni, a criação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Atualmente existem vários conselhos nacionais de participação social, onde se dividem os participantes entre organizações da sociedade civil e do governo. Desses, os principais têm como objetivo os direitos humanos, saúde, defesa do meio ambiente, previdência social, desenvolvimento rural, educação, segurança pública, promoção da igualdade, entre outros. Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), nos últimos oito anos foi ampliada e criada mais da metade dos conselhos nacionais de políticas públicas, e foram realizadas setenta e três conferências nacionais sistemáticas, em que participaram mais de cinco milhões de brasileiros. Estes encontros conformam 64 % (sessenta e quatro) do total de encontros realizados no Brasil nos últimos sessenta anos. Por que estas experiências são tão importantes? A resposta tem dois aspectos principais. Em primeiro lugar são a expressão de um esforço por parte do governo de mudar as maneiras nas quais se estabelecem as relações entre ele e a sociedade. O que alimenta a legitimidade das suas ações e decisões, além de ter em conta efetivamente as opiniões e necessidades da sociedade no momento atual, já que os encontros são realizados em períodos estabelecidos. Em segundo lugar permite que alguns movimentos sociais consigam se manifestar sobre as temáticas que lhes deram origem. Por exemplo, um movimento de mulheres camponesas tem muito a dizer sobre a sua realidade, a violência de gênero, as necessidades de saúde infantil, entre outros. Mas dificilmente elas conseguirão formar um partido político e apresentar um programa que seja aceito pela sociedade para, posteriormente, mudar a sua realidade. Estes tipos de experiências levam tempo para serem aperfeiçoados e têm muito a ser melhorado, mas o tipo de representação que eles propõem é talvez o mais importante. Consegue-se inovar o sistema de representatividade à medida que se satisfaz uma distância existente entre determinadas necessidades da sociedade e sua falta de expressão por parte dos partidos políticos, ao mesmo tempo em que procura complementar o tipo de democracia representativa que hoje temos como mecanismos de escolha de autoridades. Configura-se assim um horizonte muito mais amplo de espaços, diálogos e possibilidades de participação e influência dos movimentos sociais, em novas perspectivas de conseguir concordância entre as leis e decisões do governo e o estado da nossa sociedade. Aula Gratuita Saiba mais sobre a Política e a Democracia no Brasil nesta aula do canal Já Entendi, disponível no Youtube. Após assistir, revise o que você aprendeu respondendo aos nossos desafios! Desafios Questão 1 No começo da nossa aula trabalhamos com a classificação clássica das formas de Governo estabelecidas por Aristóteles. E tentamos explicar as origens históricas da democracia. Vamos observar a foto e tentar identificar a opção correta: a) Os começos da democracia foram contíguos aos Estados Modernos. b) Os inícios da democracia podem ser reconhecidos no Império Romano. c) O início da democracia teve lugar na época das monarquias. d) Os começos da democracia podem ser reconhecidos em Atenas, na Grécia Antiga. Questão 2 Utilizando como referência a pergunta no 1 é possível estabelecer que antigamente houve casos de democracia direta. Atualmente existem duas variantes do tipo de voto: representativa e semirrepresentativa. E duas variações na interação dos cidadãos: deliberativa e participativa. Em relação a estes tipos de democracia, podemos dizer que: a) São completamente incompatíveis entre elas, já que não é possível combinar maneiras diversas de participação. b) Não é possível interatuar essas variações da democracia, já que uma vez que um país escolheu e estruturou, sua organização política não pode ser mudada. c) As variantes da democracia podem ser combinadas segundo a vontade política do governo de um país, procurando ampliar a legitimidade do governo. d) As variantes de democracia podem ser combinadas ou não, segundo as decisões dos cidadãos. Questão 3 Vamos tentar juntos lembrar sobre a história da democracia no Brasil na época prévia às eleições de Getúlio Vargas. Foram mencionadas relações entre diversos setores de poder econômico, social e político e o estabelecimento efetivo da democracia como o governo do povo. Levando em conta esta afirmação, podemos dizer que nessas décadas da história brasileira: a) Teve-se a experiência efetiva do governo do povo, já que oficialmente se encontrava instaurada uma democracia. b) As relações e conflitos de poder entre os grupos sociais não interferiram na implantação da democracia, já que é o Estado quem determina a ordem política da sociedade. c) Os grupos de poder conseguiam às vezes concordar nos seus objetivos, em uma dessas ocasiões permitiram a instauração de um sistema democrático no Brasil d) As relações de conflito e concordância entre os setores de poder econômico, social e político irrompiam na instauração efetiva da democracia, por tensões nas relações políticas com o Estado e a população. Questão 4 Vamos aprofundar um pouco mais a instauração de um regime democrático em um país e o que isso significa. Demos uma olhada na história a quadrinhos de Mafalda e tentemos compreender por que ela ri. Disponível em: <http://arteemanhasdalingua.blogspot.com.br/>. Acessado em: 10/06/2012 a) Mafalda considera que a definição de democracia concorda com o tipo de governo que atualmente o seu país tem. b) Mafalda não compreende qual é o verdadeiro significado da palavra democracia e por isso acaba rindo do seu próprio governo. c) Mafalda pensa que não é possível a instauração de um tipo de governo do povo e acaba rindo da tentativa do seu país de formar uma democracia. d) Mafalda, depois de ler a definição de democracia, começa a rir já que acredita que não existe concordância entre o sistema de governo do seu país e o que supostamente seria a democracia. Questão 5 Temos trabalhado sobre os avanços que o Brasil tem realizado na área de democracia participativa e deliberativa nos últimos anos. Foram mencionados índices de participação, quantidade de brasileiros, movimentos sociais, fóruns, experiências e vários outros dados. Escolha entre as opções a que explica de maneira mais completa e correta a importância deste tipo de transformações na democracia para nosso país: a) A democracia participativa e deliberativa permite que as pessoas se expressem de maneira individual em relação às problemáticas que acreditam importantes. Conjuntamente abre um espaço para os partidos políticos, que atualmente têm pouca participação dos cidadãos. Embora isto não faça diferença nas políticas públicas ou nas leis, as pessoas se sentem melhor, o que amplia a legitimidade do Governo. b) Os avanços nas áreas de participação e deliberação no caso do Brasil têm acontecido por fora da esfera da democracia, já que esta não estava deixando espaço para os movimentos sociais. Estes estavam perdendo margem de ação em relação aos partidos políticos e, em consequência, espaços como fóruns, assembleias, reuniões e conferências foram formuladas por fora da política formal. c) Os movimentos sociais têm sido os principais atores no desenvolvimento das instâncias de participação e deliberação democráticas. A confrontação com o Estado tem gerado grandes desentendimentos que provocaram a necessidade de novos partidos políticos. A principal tensão tem a ver com a falta de representação dos movimentos sociais, o que os levava a não serem ouvidos na hora de diagramar as políticas e tomar decisões governamentais. d) O ganho mais importante do desenvolvimento da democracia participativa no Brasil tem a ver com novos espaços abertos para a discussão e a formulação de políticas públicas que atingem a sociedade toda. A participação dos movimentos sociais tem permitido ouvir necessidades que previamente não eram expostas, assim como ampliar a legitimidade do Governo na hora de consultar a sua população e tomar decisões de governamentais. Você consegue resolver estes exercícios? Então resolva e coloque um comentário no post, logo abaixo, explicando o seu raciocínio e apontando a alternativa correta para cada questão. Quem compartilha a resolução de um exercício ganha em dobro: ensina e aprende ao mesmo tempo. Ensinar é uma das melhores formas de aprender! 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Direitos, Cidadania e Movimentos Sociais – Sociologia Vestibular e Enem Posted: 13 Mar 2016 06:20 AM PDT Direitos, cidadania e movimentos sociais – Revisão para o Vestibular e o Enem. Veja os conceitos de ‘cidadania’ e de ‘indivíduo’.Hoje vamos trabalhar um dos temas mais interessantes e complexos da área de sociologia: a cidadania. Este conceito encontra-se fortemente relacionado ao de Estado moderno e à conformação e manutenção de regimes democráticos e, por último, o conceito de indivíduo. Ao longo desta aula vamos a compreender porque estes conceitos se relacionam e precisam um do outro para seu desenvolvimento. Lembremos, sobre todas as coisas, que sempre que tratamos sobre temas sociais carregamos conosco vários preconceitos que dificilmente são "removíveis". Entretanto, temos conhecimento dos efeitos que eles têm no nosso entendimento. Neste sentido é preciso questionar constantemente aquilo que as pessoas acreditam natural, ganhando progressivamente uma compreensão cada vez mais profunda sobre a realidade. Bom estudo! – Prof.ª Magali Alloatti. Sobre a cidadaniaO conceito de cidadania requer muito cuidado na hora de ser estudado, já que é abstrato, mas pode ser reconhecido de diversas maneiras na nossa realidade de todos os dias. Para começar todos nós somos cidadãos, a cidadania é geralmente entendida nas ciências sociais como a dimensão política de pertencermos a um Estado. Por exemplo, no nosso caso, o Estado Moderno brasileiro corresponde com uma nação, da qual todos fazemos parte, somos cidadãos desse Estado, somos pequenas partes que formam um todo, mas que, em nossa singularidade, também carregamos esse todo conosco. Vamos detalhar melhor isto. Lembremos que o Estado Moderno foi definido como uma instituição característica de um tempo da história da organização social, que se caracteriza por um conjunto de relações políticas, sociais, culturais e jurídicas, que garantem uma determinada ordem social. O conceito de Nação se refere a uma dimensão mais sutil, que não se encontra literalmente exposta em instituições senão que podemos reconhecê-la em símbolos, bandeiras, hinos, etc. Dentro do conceito de Nação, a gente pode incluir essa história que entre todos nós criamos como brasileiros, nosso orgulho nacional, aquelas características que todos acreditamos que nos define como brasileiros. A camiseta de futebol, as cores da bandeira, a cozinha brasileira, a música tradicional, algumas roupas e vestimentas, são várias coisas que definem nossa nação e a nós, como um conjunto de pessoas que carregamos uma história comum entre todos. Assim, quando ouvimos falar do Brasil ou dos brasileiros, sentimos que estão falando sobre nós. Dica do Blog: Quer mandar bem nos assuntos de Sociologia e de Filosofia no Vestibular e no Enem? – Veja aqui revisão gratuita sobre Política e democracia no Brasil É mais uma aula preparatória para Sociologia no Blog do Enem. Ser cidadão de um país é em primeiro lugar um status jurídico, que garante que a pessoa tem um conjunto de direitos frente ao Estado, às outras pessoas e a outros países, que a protegem e outorgam garantias básicas para a vida. Mas a realidade é complexa e tem muitos casos e situações nas quais as coisas podem não ser tão claras. Por exemplo, há muitos estrangeiros que moram no Brasil, mas eles não são cidadãos, eles não podem votar e escolher o presidente, os legisladores, nem podem tirar o passaporte brasileiro e várias outras coisas mais.
Então, é necessário ser natural de um país, ou seja, ter nascido no país ou, no caso de um estrangeiro, se naturalizar primeiro para ser cidadão. Ainda assim, se a pessoa não tem exercício ou garantia dos seus direitos políticos não pode ser considerada cidadã. Neste sentido é possível compreender que a cidadania é a faceta política ou jurídica do fato de morar num país. Mas não exclusivamente. A cidadania é, acima de todas as coisas, um conjunto de direitos que respondem às dimensões mais básicas da vida de uma pessoa. Assim temos direitos que se correspondem a nossa qualidade de humanos (direitos humanos), direitos que organizam a vida em sociedade e a condição individual de cada um de nós (direitos civis). Direitos Políticos x LiberdadeMas, como já falamos, temos direitos políticos, aqueles que nos permitem escolher as autoridades, presidentes, legisladores, prefeitos, etc. Temos direitos para trabalhar, condições a serem respeitadas, como já falamos na nossa aula sobre trabalho. E por último temos direitos sociais, que são aqueles que ganhamos como coletivo, ou seja, que ganhamos como estatuto de todos e cada um de nós. Sendo assim, a história dos direitos não é nem simples nem cronológica. Pelo contrário é uma história de lutas e conquistas sociais, mas também de recuos e de perdas. Podemos mencionar que em relação aos direitos políticos, como um dos melhores exemplos, primeiro foram incorporados os homens e depois as mulheres. No começo dos regimes democráticos em vários países, as mulheres não eram autorizadas a votar nas eleições. É o caso também de direitos em matéria de trabalho e especialmente no que se refere aos direitos sociais. Estes direitos são talvez os mais polêmicos (por exemplo, a igualdade entre grupos étnicos ou religiosos) porque precisam que o Estado intervenha na realidade social, para corrigir situações que, pela mesma vida em sociedade, são problemáticas. Na nossa constituição, o artigo no 6 estabelece que "São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição". As origensA categoria da cidadania tem uma história interessante, ao longo da qual foi conformando-se no que hoje conhecemos. Geralmente o começo da história nos leva para a Grécia antiga onde as categorias políticas cresciam e se desenvolviam ao calor de uma vida política e social muito agitada. A cidadania na Grécia era, primeiramente, um status que garantia a igualdade de direitos entre as pessoas. O que talvez é melhor chamar de igualdade entre iguais, já que só algumas pessoas eram consideradas cidadãos: aqueles que se comprometiam com as decisões do coletivo, aqueles que debatiam e discutiam sobre a vida pública, de todas as pessoas. Para ser cidadão, a pessoa tinha que ter relações de estima social, ou seja, ser reconhecido como uma pessoa de bem e sem preocupações econômicas, para poder se dedicar de maneira completa às questões públicas. Dica 2 – Relembre tudo sobre o Estado Moderno e o Poder do Estado em mais esta aula de revisão para a prova de Sociologia Enem. Estude com a gente e fique preparado! É conhecido que para os gregos essa condição de cidadão, e tudo o que ela compreendia, era a máxima realização do homem. A discussão, deliberação e escolha dos temas coletivos, era a plenitude destes homens que eram considerados cidadãos. Essa celebração coletiva e deliberativa dos temas públicos e políticos tinha lugar na Polis, na cidade. Mas isto não quer dizer a cidade na sua existência física, necessariamente, senão a vida pública, o fato de muitas pessoas viverem juntas e os fenômenos políticos e sociais que ali iam acontecendo. Assim, a esfera pública e os temas que correspondiam a todos de natureza coletiva tinham a centralidade nas deliberações e preocupações destes ilustres cidadãos. Avançando na história encontramos o grande Império Romano e uma concepção de cidadania inspirada de alguma maneira na Grécia antiga, mas com significativas mudanças. Para os romanos a cidadania, igual que para os gregos, compreendia a garantia de direitos civis e políticos. E uma condição necessária, mas não suficiente, era ser livre. Ou seja, todo cidadão era um homem livre, mas não todo homem livre era cidadão. Roma encontrava-se dividida de maneira muito clara em classes sociais, a mais alta era a dos patrícios, aquelas pessoas que eram filhas de fundadores ou de cidadãos. Os plebeus, filhos de estrangeiros, e os clientes, pessoas que não possuíam nada e geralmente trabalhavam a terra de senhores que lhes alugavam. Assim ficam excluídos os escravos e as mulheres. O mais importante no caso da cidadania romana é o laço de pertencimento a um coletivo maior, com o qual nos identificamos e compartilhamos. Vamos pensar um pouco melhor isto, na época do Império Romano as distâncias físicas eram muito difíceis de serem conquistar, e os meios de transporte e caminhos eram de péssima qualidade. A grande conquista dos romanos foi conseguir que pessoas que moravam em pontos muito distantes de Roma e de outros romanos se sentissem parte de um coletivo maior, ao qual pertenciam e que lhes outorgava o status de cidadãos, o máximo reconhecimento social. Todos juntos ou separados?Progressivamente a cidadania se converteu em uma categoria do pensamento político moderno que conseguiu agrupar um conjunto de atribuições muito importantes. Assim como já vimos, a cidadania é um conjunto de direitos, mas também pressupõe um laço de identificação entre um indivíduo e um coletivo. Nós somos cidadãos do Brasil porque compartilhamos esse sentimento, a história, a cultura, a língua. Se só tivéssemos direitos não formaríamos um coletivo, senão um grupo de pessoas sem nada em comum. Nesta aula de Sociologia Enem, vamos estudar sobre o filósofo francês Jean-Jacques Rousseau e suas principais obras Esse crescimento progressivo que teve a cidadania foi especialmente graças aos movimentos sociais. Por meio da luta e reclames feitos por diversos grupos de pessoas em determinados momentos da nossa história, hoje temos vários direitos. Lembram-se do que estudamos em referência ao dia do trabalhador? Nesse dia comemoramos a conquista dos direitos do trabalho a partir de eventos históricos muito importantes acontecidos pela luta de um grupo de trabalhadores que se manifestaram para defender os seus reclames. A mesma coisa foi acontecendo nos últimos anos com as diferenças religiosas, étnicas, de raça, de género, de idade. Depois de muitos reclames por parte de alguns movimentos sociais foram admitidas leis e ações por parte do Estado, necessárias para o desenvolvimento da sociedade. Um bom exemplo neste tema são as ações afirmativas. Isto quer dizer, o Estado como nossa máxima autoridade reconhece que existem de fato diferenças entre alguns setores ou grupos sociais. A intervenção do Estado é necessária na situação, porque é o único com a autoridade para fazer isto, e o único capaz de mudá-la e corrigir injustiças, discriminação, inequidades entre os grupos sociais que tenham como fundamento essas distinções de identidade. Neste caminho, o Estado pode estabelecer cotas de ingresso na universidade, condições especiais de contratação de trabalho, exceções de impostos, reconhecimento de pertença de terras, entre outros. Esses movimentos sociais não só têm agido ao longo dos últimos dois séculos como promotores de mudanças nas leis, senão que também eles têm gerado formas de comunicar os seus problemas, maneiras de ensinar e transmitir a sua cultura, língua, identidade, se for o caso de comunidades étnicas ou de diferenças raciais. Para pensar a realidade brasileira a partir da perspectiva da cidadania e da participação dos movimentos sociais, podemos retomar a publicação Desafios do Desenvolvimento, do IPEA. Analisando as projeções da democracia participativa, a publicação detalha que "as políticas afirmativas contra a discriminação racial, de mulheres e minorias sexuais e o amplo conjunto de medidas que impulsionaram enormes avanços na agricultura familiar nos últimos anos foram formulados e decididos com a participação direta de milhões de brasileiros (…) durante esse período, programas estruturantes como as medidas conjunturais relevantes foram decididos e implementados por meio de dialogo direto e da mais ampla negociação com os movimentos sociais. Para isso foram criados ou ampliados diversos canais de interlocução do Estado com os movimentos sociais – conferências, conselhos, ouvidorias, mesas de diálogo, etc. – que já configuram o embrião de um verdadeiro sistema nacional de democracia participativa" (Desafios do desenvolvimento. IPEA Pp 20) Movimentos sociais ampliaram canais de interlocução com o Estado. Na foto, marcha de trabalhadores rurais na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Uma vez trabalhadas as diversas dimensões da cidadania, dos direitos, das lutas e dos movimentos sociais, é importante destacar mais uma problemática. Como foi mencionado acima, a cidadania é uma categoria do pensamento político que se encontra muito relacionada à ideia de indivíduo. Por quê? Porque todos os direitos que fomos estudando, assim como as maneiras nas quais era possível praticar a cidadania foram formuladas desde uma perspectiva do indivíduo. É necessário lembrar que nos séculos XIX e XX, a concreção da condição de indivíduo, como já trabalhamos, foi cada vez mais importante e completa. Mas também foram aparecendo os movimentos sociais que reclamavam de problemáticas próprias de um coletivo ou grupo social. Mas também conseguiam o reconhecimento por ser um coletivo, e se movimentar como tal. Do grupo de direitos que estudamos só os direitos sociais foram pensados como coletivo, o resto foi formulado em uma perspectiva individual. Assim, vemos que, com o crescimento dos movimentos sociais e a exigência de um Estado interventor que garanta determinadas leis e modificações a partir da participação dos movimentos, isto tem produzido a necessidade de gerar mecanismos para a participação destes movimentos. Assim foram criadas conferências, fóruns, encontros, jornadas, e muitas coisas mais, na perspectiva de conseguir um diálogo entre os atores socioeconômicos. Isto tem gerado uma tensão entre a categoria de indivíduo como a célula básica do pensamento e a estrutura política e democrática e os novos movimentos sociais. Em algumas áreas da política a convivência de ambas as categorias resulta problemática e deve ser resolvida. Pensemos assim, a nossa democracia está formulada de maneira individual. Cada pessoa vai lá e vota, e faz a sua escolha, e cada voto tem o mesmo valor que outros. Seria possível uma democracia a partir dos movimentos sociais? Como seria? Como o mesmo poderia valer os votos de dois movimentos sociais de peso e influência diferente? É interessante pensar e refletir sobre esta problemática, porque é muito atual e central no nosso país e na nossa realidade cotidiana. Saiba mais sobre Direitos, cidadania e movimentos sociais nesta aula do canal PENSI, disponível no Youtube. Após assistir, revise o que você aprendeu respondendo aos nossos desafios! [youtube http://www.youtube.com/watch?v=Xu5msBcfDV0]ExercíciosQuestão 1 Um dos principais conceitos que trabalhamos na nossa aula de hoje foi cidadania. Vimos que ser cidadão exige determinadas condições individuais para que uma pessoa seja considerada como tal. Escolha a opção que explica da maneira certa e mais completa: a) É considerado cidadão toda pessoa que mora em um país, enquanto seus direitos são respeitados e que exerça o voto nas eleições das autoridades governamentais. b) É considerado cidadão qualquer pessoa, estrangeiro ou natural do país, que more no território do país. c) São considerados cidadãos as pessoas que, morando em um país por um longo período de tempo, conseguem exercer o voto para escolher as autoridades do seu país. Independentemente de seus outros direitos. d) É considerado cidadão aquela pessoa natural de um país ou estrangeiro naturalizado, enquanto todos os seus direitos – humanos, políticos, civis e sociais – sejam reconhecidos e respeitados. Questão 2 Tentando conhecer a história da cidadania estudamos que o reconhecimento e respeito dos direitos cidadãos é produto de uma larga luta de conquistas por parte de grandes grupos de pessoas e movimentos sociais. Temos estudado também as origens da cidadania fazendo referência a Atenas na Antiga Grécia e ao Império Romano. Escolha a opção que melhor explica porque esses dois casos são considerados como antecedentes: a) Atenas na Antiga Grécia e o Império Romano são considerados antecedentes da condição cidadã já que eles contribuíram ao desenvolvimento do Estado Moderno atual. b) Os casos de Atenas e o Império Romano são considerados referências históricas da cidadania já que nessas sociedades começaram a ser desenvolvidos os direitos das pessoas. c) Nem Atenas nem o Império Romano podem ser reconhecidos completamente como referências ou antecedentes da cidadania já que existiam diferenças sociais e de status entre as pessoas. d) Atenas e o Império Romano são considerados antecedentes do status de cidadão já que foram experiências históricas nas quais se desenvolveram elementos que hoje são constitutivos da cidadania: a identidade entre as pessoas e a igualdade entre cidadãos. Questão 3 Vamos ler juntos a próxima história em quadrinhos, ali Mafalda conversa com seu amigo Miguelito. Existe alguma conexão no conteúdo da conversa entre Miguelito e Mafalda com os temas da nossa aula? Vamos relacionar a história em quadrinhos com o processo histórico de conformação da cidadania e o reconhecimento dos direitos das pessoas. Escolha a opção que melhor responde esta pergunta: Existe alguma conexão no conteúdo da conversa entre Miguelito e Mafalda com os temas da nossa aula? Vamos relacionar a história em quadrinhos com o processo histórico de conformação da cidadania e o reconhecimento dos direitos das pessoas. Escolha a opção que melhor responde esta pergunta: a) A cidadania é um status que as pessoas ganharam na hora que o Estado Moderno foi constituído, já que os dois se relacionam historicamente por meio do reconhecimento dos direitos individuais. b) Os direitos humanos, políticos, civis e sociais são um ganho das pessoas ativas que lutaram contra os sistemas sociais que não os reconheciam. Por meio de uma luta individual de cada um por si só, foi possível hoje conseguir o status de cidadania. c) A condição de cidadão é herdada do nosso pertencimento a um Estado Moderno, em consequência não foram necessárias lutas ou conquistas de pessoas ou de movimentos sociais para conseguir o reconhecimento dos direitos. d) A cidadania é um status atual, produto de uma série de lutas de pessoas em diferentes momentos históricos, mas principalmente de movimentos sociais. O reconhecimento dos direitos humanos, políticos e sociais é conquista deles, mas precisam ser defendidos sempre. Questão 4 Observemos as duas imagens e tentemos refletir sobre o papel dos movimentos sociais no Brasil e no mundo, na conquista das melhoras condições de cidadãos. Uma imagem é referência de movimentos sociais sobre diferenças raciais e a outra é sobre o movimento social das mulheres camponesas. Levando em conta o que foi trabalhado na aula, podemos estabelecer que a importância dos movimentos sociais nas transformações políticas e sociais dos Estados se baseia em: a) Os movimentos sociais têm exercido um papel muito importante nos Séculos XIX e XX no Brasil e no mundo, mas atualmente eles não têm muita importância. O fato de eles terem começado a participar das instâncias de assembleias e conferências públicas tem diminuído a sua influência na sociedade. b) Os movimentos sociais não tiveram a mesma importância que as lutas de caráter individual, mas sim foram importantes em alguns momentos da história política do Brasil, já que colocaram em debate diferenças sociais que não eram consideradas pelo governo. c) Tanto os movimentos sociais como as lutas individuais têm exercido uma grande influência sobre os governos, já que os seus reclames foram reconhecidos e aceitos rapidamente. Neste sentido é possível dizer que atualmente o protagonismo dos movimentos sociais tem diminuído. d) A principal importância dos movimentos sociais na ampliação da cidadania e conquista dos direitos é ter trazido à discussão diferenças e problemáticas sociais que não eram aceitas. A partir do reconhecimento das demandas dos movimentos, foi necessário desenvolver políticas afirmativas e intervenções para solucionar essas problemáticas. Questão 5 Já finalizando nossa aula, temos trabalhado sobre uma tensão emergente na dimensão política, que tem a ver com a crescente importância e participação dos movimentos sociais e o caráter individual da democracia. Vamos lembrar aqui sobre as variantes da democracia participativa e deliberativa que está sendo desenvolvida no Brasil, que trabalhamos na aula prévia. Podemos deduzir que: a) A importância cada vez maior dos movimentos sociais configura-se como uma ameaça à condição cidadã, já que ela foi formulada em termos individuais. Os ganhos de direitos e sociais por meio da democracia deliberativa e participativa têm contribuído para esta dissolução progressiva do indivíduo. b) A convivência dos movimentos sociais e de algumas categorias políticas pensadas em termos individuais é possível por meio da criação e ampliação dos espaços de debate entre o Governo e os movimentos sociais. Neste sentido as variantes de democracia participativa e deliberativa têm servido para aliviar as possíveis tensões. c) A tensão entre o status de cidadão do indivíduo e a importância crescente dos movimentos sociais é um fenômeno político insolúvel. Sendo assim, as instâncias de democracia deliberativa e participativa têm sido uma tímida tentativa de resolução sem êxito. d) A luta dos movimentos sociais ao longo da história tem beneficiado de maneira direta a condição de cidadão individual. Como produto desta interação, a mencionada tensão entre estes níveis não existe, pois eles são completamente incompatíveis. . Você consegue resolver estes exercícios? Então resolva e coloque um comentário no post, logo abaixo, explicando o seu raciocínio e apontando a alternativa correta para cada questão. Quem compartilha a resolução de um exercício ganha em dobro: ensina e aprende ao mesmo tempo. Ensinar é uma das melhores formas de aprender! O post Direitos, Cidadania e Movimentos Sociais – Sociologia Vestibular e Enem apareceu primeiro em Blog do Enem. |
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