sexta-feira, 13 de maio de 2016

Blog do Enem: simplificado como deve ser


Bolsa de Estudos e Descontos para cursos de graduação: inscrições abertas

Posted: 12 May 2016 04:05 PM PDT

Cadastro Gratuito – Muita gente desiste de estudar sem conhecer todas as possibilidades de conseguir uma vaga gratuita, bolsas de estudo ou um bom desconto para quem precisa. O Blog do Enem mostra para você os diversos caminhos para você chegar à universidade e fazer seu curso de graduação.

Ter a chance de disputar Bolsas de Estudo para cursos superiores é super importante, pois as oportunidades de entrar em universidade pública são muito pequenas. A disputa é pela nota de corte do Enem, e sem contar que a maioria dos cursos de graduação é durante o dia. Para quem precisa de verdade os caminhos podem ser as Bolsas de Estudos concedidas diretamente com as faculdades privadas. Veja aqui as regras. Inscrições abertas para as vagas do próximo semestre e do ano que vem. O cadastro é gratuito. Confira.

Quero Bolsa olhar horizontal
Bolsas e Descontos em mais de 300 Faculdades. Veja!

Quem precisa trabalhar durante o dia fica de fora da maioria dos cursos das universidades públicas. É injusto, pois quem mais precisa é que tem que pagar para estudar. Então, se você não conseguiu ainda uma vaga no Sisu, no Prouni, ou financiamento pelo FIES, veja as Bolsas de Estudo e as ações de inclusão e incentivo da Rede Alumni com o Programa Quero Bolsa.

As disputas no Sisu são de 2,7 milhões de candidatos para 22o mil vagas. No Prouni são mais de 1 milhão de inscritos para 200 mil vagas. É sempre difícil conseguir, e só passa pela Nota do Enem e dentro dos perfis das cotas socioeconômicas.  A saída para a maioria dos estudantes é mesmo o candidato ou a candidata se virar por conta própria e construir o caminho de vencer na vida. Com uma Bolsa de Estudos, tudo fica mais fácil, sem precisar fazer dívidas ou financiamentos.

Veja como começar a faculdade com Bolsas de Estudo ou Descontos

quero bolsa 80 pc
Preencha aqui o Cadastro Gratuito para conseguir uma Bolsa de Estudos

Na prática, dá sim para começar a estudar agora ou no semestre que vem. As principais alternativas de bolsas de estudo ou descontos estão no Quero Bolsa, no Educa Mais Brasil, e no Neora. Estes programas têm o cadastro das universidades e faculdades que oferecem bolsas de estudo e descontos especiais, para todos os cursos de graduação, no país inteiro.

A diferença entre as vagas com Bolsas de Estudo ou Descontos Especiais é que, ao contrário de financiamentos como o do Fies ou de bancos privados, ao final do curso de graduação você se forma e ‘tchau’, não fica devendo nada para pagar depois.

Veja o Passo a Passo para conseguir uma Bolsa de Estudos no Quero Bolsa

Para quem quer ingressar no ensino superior o Quero Bolsa é uma boa opção porque tem mais de trezentas instituições cadastradas, em todas as regiões do Brasil. Garantir a sua bolsa de estudos é bem simples. e o cadastro gratuito pode ser feito totalmente pela internet. Confira:

1 – É só entrar no site do programa Quero Bolsa e usar o sistema de busca para encontrar o curso de graduação que mais se encaixa em suas necessidades, sonhos e desejos. É possível procurar bolsas de estudo pesquisando por curso, instituição de ensino, localização e valor máximo que você pode pagar mensalmente.

2 –  Você só precisa escolher o curso de graduação e a universidade que você deseja, e fazer um cadastro online para solicitar a vaga e a Bolsa de Estudos. A equipe do Quero Bolsa retorna a busca com as vagas existentes e as bolsas de estudos compatíveis com a sua solicitação após você preencher o cadastro inicial.

3 – Ao final do cadastro o sistema Quero Bolsa gera um boleto de pré-matrícula para o curso que você escolheu, e você pode fazer o pagamento para que a liberação do documento de bolsa de estudos seja concluída.

Depois você pode apresentar o comprovante e a documentação de matrícula na faculdade (ou universidade). Se ficou com dúvidas, entre no site, faça um cadastro inicial, e peça informações antes de completar todas as operações.

4 – As inscrições para adesão às bolsas de estudo do Quero Bolsa estão abertas o ano inteiro. Porém, as matrículas seguem o calendário de cada instituição de ensino. Por isso você deve ter atenção para não perder o prazo de entrega de documentação à faculdade.  Cadastro Gratuito aqui.

Pesquise aqui a sua bolsa no Quero Bolsa

quero bolsa - qual bolsa

No Prouni você pode conseguir Bolsas de Estudo de até 100%. Veja:

Confira aqui as regras básicas de funcionamento do Programa Universidade Para Todos, o Prouni. São duas rodadas de inscrição todos os anos. Uma ocorre em janeiro e fevereiro, e a outra em junho e julho. São mais de duzentas mil vagas por ano.

Veja as informações Básicas do Prouni

Notas de Corte do Prouni

Cálculo da Renda Per Capita

O que é o Prouni

prouni veja quem

As regras básicas para concorrer às Bolsas de Estudo do Prouni são estas:

A – A inscrição no Prouni só pode ser feita por quem já concluiu o Ensino Médio e já fez o Enem;

B –  A nota do Enem é obrigatória e funciona como critério de classificação para definir a ordem de quem entra ou quem fica de fora nas vagas dos cursos que escolher;

C – O mecanismo de seleção é igual ao do Sisu, com a nota de corte sendo utilizada para selecionar os alunos.

D – As inscrições somente podem ser feitas pela internet, nos sites http://prounialuno.mec.gov.br/   ou http://prouniportal.mec.gov.br/

E – Não podem participar quem tiver zerado na Redação do Enem ou ter média abaixo de 450 pontos nas provas objetivas.

F – Importante: É preciso ‘estar dentro’ dos critérios socioeconômicos de carência e de Renda Familiar per capta: No máximo 1,5 salário mínimo para concorrer às bolsas de 100% de gratuidade; E, de Renda familiar mensal per capita de até 3 salários mínimos para bolsas de 50%.

G – Além disso é preciso ter feito todo o Ensino Médio em escola pública, ou ter estudado em escola particular com Bolsa integral.

O post Bolsa de Estudos e Descontos para cursos de graduação: inscrições abertas apareceu primeiro em Blog do Enem.

Homem, um animal político? Revise Aristóteles! Filosofia Enem

Posted: 12 May 2016 12:14 PM PDT

Aristóteles, assim como seu mestre Platão, também desenvolveu uma teoria política, não se atendo tanto a forma de ideal que a Polis deveria ter, mas sim em que consiste fazer política e quem seriam os verdadeiros políticos de seu tempo.

Mas, afinal o que é a política? Quem são os verdadeiros políticos para Aristóteles? Vamos entender um pouco?

É muito comum associarmos a política ao poder, porém, nem sempre foi assim… Vejamos o que Aristóteles tem a dizer sobre isso.

1  2

Para começar, o discípulo de Platão afirma que somos seres políticos por natureza!

Você deve estar se perguntando: "mas, o que isso significa?"

Antes de mais nada: você sabe qual o significado de Polis? E de política? E político?

Em grego a palavra polis significa cidade, assim como seu plural poleis, significa cidades. A palavra polis está presente no nome de algumas cidades como Florianópolis – que significa "Cidade de Floriano", e "Anitápolis – "Cidade de Anita", ambas no Estado de Santa Catarina.

Mas, na prática, o que é polis? Polis é a Cidade, entendida como a comunidade organizada, formada pelos cidadãos (do grego "politikos"), isto é, pelos homens nascidos no solo da Cidade, livres e iguais ( crianças, mulheres, metecos e os escravos não eram considerados cidadãos – nem tudo era perfeito).

Já a palavra política tem origem no grego "ta politika", que por sua vez, deriva da palavra grega "polis". Tal palavra (politika) era usada para se referir aos assuntos relacionados a polis (Cidade-estado) e à vida em coletividade.

Para não restar dúvidas!

Polis= Cidade

Política= ações referentes à vida em sociedade

Políticos= TODOS OS CIDADÃOS( no século XXI)

Dica 1: Para conhecer um pouco mais sobre Aristóteles dê uma espiadinha em: http://blogdoenem.com.br/aristoteles-e-a-metafisica-filosofia-enem/
Dica 2: Para saber mais sobre a teoria da felicidade e do meio termo de Aristóteles leia também: http://blogdoenem.com.br/filosofia-enem-felicidade-aristoteles/

SOMOS TODOS ANIMAIS POLÍTICOS!

Quando Aristóteles afirma que "o homem é um ser político por natureza", ele quer dizer que por natureza temos necessidade de viver em sociedade e que precisamos desse convívio. E, por reconhecer essa necessidade, cada cidadão deve se responsabilizar pela Polis.

Em sua obra "Política", Aristóteles afirma que: "A polis faz parte das coisas naturais e que o homem é por natureza um animal político. A política, ou melhor a ação política, que significa "ação que visa o bem comum" é e pode ser prática por todos os cidadãos, ou melhor os políticos ( filhos da Polis).

Para Aristóteles a felicidade plena do ser humano só é alcançada em sociedade, pois o homem é um ser político por essência. Sendo assim, a política como Aristóteles a concebe está estritamente ligada à moral.

É importante lembrar, que a sociedade tem um papel muito importante no desenvolvimento intelectual e moral dos seus cidadãos.

Dica 3: Leia um pouco mais sobre socialização em: http://blogdoenem.com.br/individuo-sociedade-socializacao-sociologia-enem/
Para entender mais sobre o conceito de animal político, veja o vídeo a seguir:

Que tal testar seus conhecimentos agora?

Questão 1 – Segundo Aristóteles, "na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas”.

VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.

O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania:

A) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar.

B) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política profundamente hierarquizada da sociedade.

C) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida cívica.

D) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais.

E) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade.

 

Questão 2 – Compreende-se assim o alcance de uma reivindicação que surge desde o nascimento da cidade na Grécia antiga: a redação das leis. Ao escrevê-las, não se faz mais que assegurar-lhes permanência e rigidez. As leis tornam-se bem comum, regra geral, suscetível de ser aplicada a todos da mesma maneira. VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1992 (adaptado).

Para o autor, a reivindicação atendida na Grécia antiga, ainda vigente no mundo contemporâneo, buscava garantir o seguinte princípio:

A) Isonomia — igualdade de tratamento aos cidadãos.

B) Transparência — acesso às informações governamentais.

C) Tripartição — separação entre os poderes políticos estatais.

D) Equiparação — igualdade de gênero na participação política.

E) Elegibilidade — permissão para candidatura aos cargos públicos.

 

Gabarito:

Questão 1: B

Questão 2: A

Paula Filosofia
Os textos e exemplos acima foram preparados pela professora Paula Pille para o Blog  do  Enem. Paula Pille  é  formada  em  Filosofia  pela Universidade Federal de Santa Catarina. Dá aulas de Filosofia em escolas da  Grande  Florianópolis  desde  2004.  Facebook: https://www.facebook.com/paula.pille.1.

O post Homem, um animal político? Revise Aristóteles! Filosofia Enem apareceu primeiro em Blog do Enem.

União Ibérica e Invasões Holandesas (Séc. XVII) – História Enem

Posted: 12 May 2016 08:08 AM PDT

Para começo de conversa, não podemos dizer que o Brasil foi uma colônia somente portuguesa. O controle de Portugal sobre o Brasil foi fortemente afetado por dois fatos históricos importantes: a União Ibérica e as Invasões Holandesas.

A União Ibérica (1580-1640)

A soberania portuguesa entrou em crise a partir de 1578, quando morreu Dom Sebastião, o rei mais popular da história de Portugal. O jovem Dom Sebastião era a grande esperança lusitana de reconquista do grande Império Ultramarino formado ao longo do século XV e no início do século XVI.

Diante das grandes perdas territoriais do século XVI, Dom Sebastião tornou-se, no imaginário popular, o rei eleito por Deus para levar o Cristianismo aos povos não cristianizados através de uma nova cruzada. A sonhada expansão territorial e religiosa foi, contudo, frustrada pela derrota lusitana para os mouros e os otomanos na Batalha de Alcacer-Quibir, em 1578, episódio no qual desapareceu Dom Sebastião.

1
Fonte: camoes9a.no.sapo.pt

Figura 1: retrato do rei Dom Sebastião, conhecido como "O Desejado"

Dica 1: O desaparecimento de Dom Sebastião foi recebido em Portugal com forte inconformismo, dando origem ao Sebastianismo, crença no retorno do rei. Essa crença milenarista e messiânica teve grande longevidade no imaginário popular português e brasileiro, influenciando movimentos messiânicos como a Guerra de Canudos (BA – 1893/1897) e a Guerra do Contestado (SC/PR – 1912-1916). A força dessa crença foi muito bem cantada pela Mangueira no carnaval de 1996, na voz inesquecível de Jamelão. Confira o vídeo!

Com a morte precoce de Dom Sebastião, aos 24 anos, assumiu o trono o cardeal Dom Henrique, seu tio-avô de 70 anos de idade. A morte deste, em 1580, desencadeou uma acirrada disputa sucessória, que culminou com a ascensão do rei espanhol Filipe II ao trono português, dando início à União Ibérica. Era o fim da Dinastia de Avis (1385-1580), substituída pela dinastia Habsburgo, também chamada de dinastia Filipina.

A restauração do trono português ocorreu em 1640, quando João, o Duque de Bragança, com apoio francês, venceu os espanhóis na "Guerra de Restauração". A independência portuguesa ocorreu em um momento de forte fragilidade militar da Espanha, que, além de movimentos separatistas (Portugal e Catalunha), disputava a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), onde a Dinastia de Habsburgo lutava pelo controle sobre o Sacro Império Romano Germânico contra a França, a Suécia e os Países Baixos.

O Duque de Bragança foi coroado com o título de Dom João IV, dando início à Dinastia de Bragança e colocando um fim ao domínio espanhol sobre Portugal e o Brasil.

Invasões holandesas  

Um ano antes da União Ibérica, as Províncias Unidas dos Países Baixos, também chamadas de Holanda, romperam com o domínio da Espanha, que, em retaliação, proibiu depois as relações que a burguesia holandesa tinha com o açúcar brasileiro. Os holandeses foram proibidos de realizar novos empréstimos, de cobrar os empréstimos feitos anteriormente e de revender na Europa o açúcar que chegava a Portugal.

Em resposta, a Holanda tramou um audacioso projeto de expansão mercantil cujo foco principal era o grande império ultramarino espanhol, incluindo a parte anteriormente portuguesa. Em 1602, a Holanda fundou a Companhia das Índias Orientais, visando a ocupação de possessões na costa índica, e, em 1621, a Companhia das Índias Orientais, visando a costa atlântica da África, o nordeste brasileiro e o Caribe.

Já em 1624 ocorreu a primeira invasão ao Nordeste, mais especificamente na Bahia. De curta duração, a ocupação holandesa terminou no ano seguinte, quando os holandeses foram expulsos pelos espanhois na chamada "Jornada dos Vassalos". Em 1630, os holandeses invadiram Pernambuco e estenderam seus domínios sobre quase todo o nordeste brasileiro por 24 anos.

2
Fonte: filosofandoehistoriando.blogspot.com

Figura 2: Mapa do Brasil Holandês

Os primeiros anos de ocupação foram marcados por conflitos entre holandeses e senhores de engenho, liderados por Matias de Albuquerque. Foi nesse contexto que apareceu Calabar, um senhor de engenho que combateu os holandeses para depois apoiá-los sem um motivo conhecido, pesando sobre o mesmo a pecha de traidor entre os colonos.

A pacificação ocorreu durante o governo do conde holandês Maurício de Nassau, presidente da Companhia das Índias Ocidentais. Nassau estabeleceu uma política de parceria com os senhores de engenho, convencendo-os dos benefícios do domínio holandês. Algumas das principais realizações de Nassau foram:

1) Retomada dos empréstimos aos senhores de engenho;

2) Retomada do fornecimento de escravos africanos originários de Angola, território anexado pela Companhia das Índias Ocidentais;

3) Reforma urbana de Recife, chamada de "Cidade Maurícia", sede do governo holandês no Brasil;

4) Construção de um observatório astronômico em Recife;

5) A vinda de artistas e cientistas holandeses, tornando Recife a sede de um projeto civilizatório holandês nos trópicos;

6) Liberdade religiosa para católicos e protestantes (calvinistas).

Os altos gastos de Nassau no Brasil não correspondiam às necessidades holandesas de investimento militar na Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), o que culminou na sua destituição do cargo de presidente da Companhia das índias Ocidentais em 1644. A nova gestão passou a exigir a liquidação dos empréstimos contraídos pelos senhores de engenho, o que desencadeou uma reação local conhecida como Insurreição Pernambucana (1644-1654).

Após 10 anos de conflitos, os holandeses aceitaram a retirada do Brasil após as perdas decorrentes da 2ª Batalha de Guararapes, em 1654. Em 1661, a Holanda reconheceu definitivamente a posse de Portugal sobre o Brasil, exigindo e recebendo 8 milhões de florins (63 toneladas de ouro) na chamada "Paz de Haia".

33
Fonte: pt.wikipedia.org

Figura 3: pintura "Batalha dos Guararapes", do pintor romântico catarinense Victor Meirelles

Dica 2: O dia 19 de abril é comemorado no Brasil como "dia do soldado" em menção à data em que ocorreu a primeira grande vitória contra os holandeses em 1648 nas Batalhas dos Guararapes. Por reunir lideranças das três etnias (branco, negro e índio) em um movimento contra elementos estrangeiros, a data foi considerada pela historiografia militar como o marco fundador do exército brasileiro e do próprio sentimento de brasilidade. Tal versão recebe forte crítica da historiografia acadêmica, que classifica o movimento como regionalista, sem abarcar a complexidade do que se tenta definir como brasilidade, algo cuja forja se consolida somente na Era Vargas (1930-1945). Além disso, o heroísmo atribuído ao fato em questão é contradito escandalosamente pelos termos da "Paz de Haia" de 1661.

Os holandeses, assimilando o processo de produção do açúcar, passaram a produzi-lo nas Antilhas a preços mais baixos que os praticados no Brasil, já que o comércio de escravos nas Antilhas não sofria tributação. Sem a parceria dos holandeses (fornecimento de escravos, investimento, refino e revenda do açúcar), que se tornaram fortes concorrentes, o açúcar brasileiro mergulhou em forte decadência.

Para relembrar o que foi a União Ibérica e finalizar sobre esse período obscuro da nossa história, assista ao breve vídeo-aula do professor Helder Santos do iPED.

Vamos ver agora como esse conteúdo é cobrado nos vestibulares e no Enem! Teste seus conhecimentos!

Exercícios

1- (Cesgranrio-2011) "Estando a Companhia das Índias Ocidentais em perfeito estado, ela não pode projetar coisa melhor e mais necessária do que tirar ao Rei da Espanha a terra do Brasil, apoderando-se dela. (…) Porque este país é dominado e habitado por duas nações ou povos, isto é, brasileiros e portugueses, que, no momento, são totalmente inexperientes em assuntos militares e, além disto, não têm a prática nem a coragem de defendê-la contra o poderio da Companhia das Índias Ocidentais, podendo ser facilmente vencidos (…) Desta terra do Brasil podem anualmente ser trazidas para cá e vendidas ou distribuídas sessenta mil caixas de açúcar. Estimando-se as mesmas, atualmente, em uma terça parte de açúcar branco, uma terça parte de açúcar mascavado e uma terça parte de açúcar panela, e avaliando-se cada caixa em quinhentas libras de peso, poder-se-ia comprar no Brasil, sendo estes os preços comuns nesse país, o açúcar branco por oito vinténs, o mascavado por quatro e o panela por dois vinténs a libra, e, revender, respectivamente, por dezoito, doze e oito vinténs a libra; (…)"

"Motivos por que a Companhia das Índias Ocidentais deve tentar tirar ao Rei da Espanha a terra do Brasil – 1624". In: INÁCIO, Inês da Conceição e LUCA, Tânia Regina. Documentos do Brasil Colonial. São Paulo: Ática, 1993, pp. 92 e 94. O documento acima está relacionado

a) ao processo de colonização espanhola na América e à disputa entre os países ibéricos pelas áreas açucareiras.

b) às rebeliões nativistas, que, sob o pretexto de que a União Ibérica teria enfraquecido tanto Portugal como a Espanha, tentavam a emancipação da Colônia brasileira.

c) às investidas inglesas nas costas brasileiras, como protesto pela divisão do mundo entre Portugal e Espanha, conforme estabelecido pelas bulas papais e pelo Tratado de Tordesilhas.

d) às invasões francesas ao Brasil, com o objetivo de depor o tradicional inimigo espanhol, que passou a administrar o país após a União Ibérica.

e) às invasões holandesas no Brasil, com o objetivo de recuperar o comércio interrompido com a União Ibérica.

Resposta: A alternativa correta é a letra "e".

 

2- Os holandeses que financiavam a montagem de muitos engenhos coloniais e lucravam com a distribuição do açúcar durante a União Ibérica viram-se prejudicados com o embargo espanhol. Analise as seguintes proposições sobre a presença holandesa no Brasil.
I- Em 1625, os holandeses são expulsos do Maranhão. Cinco anos depois retornam e dominam Salvador, de onde passam a expandir suas atividades.
II- Maurício de Nassau foi a figura mais importante no estabelecimento das boas relações entre grandes proprietários da região ocupada e os holandeses, pois concedeu empréstimos para o plantio da cana-de-açúcar.
III- Depois da tomada do Recife, a outra grande vitória dos holandeses na região nordeste foi a dominação da cidade de Salvador, em 1654.Assinale a alternativa correta:

a) a I e a III são falsas

b) somente a I é verdadeira

c) todas são falsas

d) somente a I é falsa

e) somente a III é falsa

Resposta: A alternativa correta é a letra "a".

 

3- (Enem 2001) Rui Guerra e Chico Buarque de Holanda escreveram uma peça para teatro chamada Calabar, pondo em dúvida a reputação de traidor que foi atribuída a Calabar, pernambucano que ajudou decisivamente os holandeses na invasão do Nordeste brasileiro, em 1632.

– Calabar traiu o Brasil que ainda não existia? Traiu Portugal, nação que explorava a colônia onde Calabar havia nascido? Calabar, mulato em uma sociedade escravista e discriminatória, traiu a elite branca?

Os textos abaixo referem-se também a esta personagem.

Texto I: "…dos males que causou à Pátria, a História, a inflexível História, lhe chamará infiel, desertor e traidor, por todos os séculos"
(Visconde de Porto Seguro, in: SOUZA JÚNIOR, A. Do Recôncavo aos Guararapes. Rio de Janeiro: Bibliex, 1949).

Texto II: "Sertanista experimentado, em 1627 procurava as minas de Belchior Dias com a gente da Casa da Torre; ajudara Matias de Albuquerque na defesa do Arraial, onde fora ferido, e desertara em conseqüência de vários crimes praticados…" (os crimes referidos são o de contrabando e roubo).
(CALMON, P. História do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1959).

Pode-se afirmar que:

a) A peça e o texto II são neutros com relação à suposta traição de Calabar, ao contrário do texto I, que condena a atitude de Calabar.
b) A peça questiona a validade da reputação de traidor que o texto I atribui a Calabar, enquanto o texto II descreve ações positivas e negativas dessa personagem.

c) A peça e os textos abordam a temática de maneira parcial e chegam às mesmas conclusões.
d) A peça e o texto I refletem uma postura tolerante com relação à suposta traição de Calabar, e o texto II mostra uma posição contrária à atitude de Calabar.
e) Os textos I e II mostram uma postura contrária à atitude de Calabar, e a peça demonstra uma posição indiferente em relação ao seu suposto ato de traição.

Resposta: A alternativa correta é a letra "b".

Felipe Carlos - História
O texto desta aula foi preparado pelo professor Felipe Carlos de Oliveira para o Blog do Enem. Felipe é formado em licenciatura e bacharelado em História pela UFSC, especializado em Interdisciplinaridade pelo IBPEX e mestre em História pela UFSC. É professor de colégios e cursinhos da Grande Florianópolis desde 2001.

O post União Ibérica e Invasões Holandesas (Séc. XVII) – História Enem apareceu primeiro em Blog do Enem.

0 comentários:

Postar um comentário

Subscribe to RSS Feed Sigam-me no Twitter!